CRÍTICA BIOGRÁFICA: UM CAMINHO METODOLÓGICO PARA OS FILMES DE ESCRITA DE SI
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n3-124Palavras-chave:
Crítica biográfica, Escrita de si, Crítica genética, Análise fílmica, DocumentárioResumo
Nos últimos anos a produção fílmica em primeira pessoa, que elabora memórias e sentimentos íntimos, vem ganhando mais espaço na filmografia brasileira. Na mesma velocidade das realizações das “escritas íntimas” ou “escritas de si”, amplia-se também sua fortuna crítica. Parte da fundamentação teórica ainda bebe da fonte do campo literário, em autores como Philippe Lejeune ou Serge Doubrovsky. Partiremos aqui de uma questão: em um filme em primeira pessoa, o que pode dizer a biografia do realizador ou da realizadora? Para problematizá-la, trabalharemos as obras e a biografia do cineasta Cristiano Burlan. Nascido em Porto Alegre, mas radicado no Capão Redondo, em São Paulo, o realizador conviveu com o fato de perder o pai, o irmão - assassinado pela milícia -, e a mãe, vítima de feminicídio. Fez disso filmes, realizando a “Trilogia do Luto” que abordaremos ao longo do trabalho.