ACHADOS DO POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM PACIENTES PÓS-COVID-19 GRAVE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-294Palavras-chave:
Covid-19, Potenciais Evocados Auditivos, AudiologiaResumo
Introdução: A síndrome respiratória aguda grave denominada covid-19, apresenta um espectro clínico amplo que pode variar desde infecções assintomáticas a quadros graves. Supõe-se que o covid-19 pode causar sintomas neurológicos por meio de mecanismos diretos e indiretos. A alta quantidade de ECA2 no cérebro e bulbo pode prover o aumento da carga viral no centro auditivo e a diminuição da concentração de oxigênio nas hemácias. Desta forma a covid-19 pode levar a hipóxia celular e consequentemente lesionar os centros responsáveis pela audição. Objetivo: analisar os achados do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico em pacientes pós-covid-19 grave. Método: Estudo do tipo descritivo, transversal, de natureza analítica, que foi realizado no ambulatório de audiologia da clínica escola do departamento de Fonoaudiologia. O estudo foi realizado após a aprovação do comitê de ética em pesquisa em seres humanos (CAAE: 61448422.7.0000.0217). Participaram do estudo indivíduos que desenvolveram a Covid-19 em estado grave e que necessitaram de intervenção e acompanhamento médico. Este estudo faz parte de um projeto guarda-chuva, CNPq Universal em que todos os indivíduos foram submetidos a avaliações de outras habilidades relacionadas a linguagem, deglutição e cognição. Foi realizada a meatoscopia, audiometria tonal limiar, imitanciometria, e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). Resultados: Foi possível observar de acordo com os limiares auditivos, que a maioria dos indivíduos não apresentou perda auditiva. Em relação ao PEATE, todos os indivíduos realizaram o exame, sendo que as ondas foram passiveis de registro, com exceção das ondas I e III para quatro indivíduos. Para a variável hipertensão, o teste de identificou diferença estatisticamente significante entre os achados no intervalo interpico I-III em ambas as orelhas. Conclusão: A maioria dos traçados do PEATE apresentou morfologia alterada, apesar das latências estarem preservadas. Além disso, foi encontrado um aumento significativo do interpicos I-III em ambas as orelhas, em pacientes que possuía hipertensão.