DA PALAVRA A LIBERTAÇÃO – ALFABETIZAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO E A PRÁXIS TRANSFORMADORA DE PAULO FREIRE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-245Palavras-chave:
Educação Libertadora, Conscientização, Alfabetização Crítica, Práxis TransformadoraResumo
Paulo Freire é um dos principais teóricos da educação crítica, tendo desenvolvido um método que transcendeu fronteiras e influenciou práticas pedagógicas em diversos países. Seu pensamento fundamenta-se no princípio de que a construção do conhecimento ocorre por meio do diálogo e da troca de experiências, na qual o “outro” desempenha um papel essencial. Para Freire, a alfabetização não se restringe ao domínio técnico da leitura e escrita, mas é um processo emancipatório que possibilita ao indivíduo enxergar além do que lhe é imposto, permitindo-lhe questionar e transformar a realidade. Diante disso, o teórico delineou que apenas a partir da alfabetização é possível alcançar um nível de consciência crítica que permita ao sujeito perceber “o desconhecido”. Somente após essa tomada de consciência, o ser humano, enquanto sujeito histórico e social, torna-se capaz de desenvolver uma práxis transformadora. Assim, questionamos: de que maneira a alfabetização freireana pode ser compreendida como um ato de libertação que impulsiona processos de conscientização e transformação social? Para analisar essa relação entre alfabetização, conscientização e práxis, recorremos às obras de Paulo Freire (1967; 1974; 1979; 2000; 2011) e de outros autores que dialogam com sua perspectiva. Metodologicamente, utilizamos uma abordagem qualitativa baseada em Minayo (2006), com caráter descritivo a partir de Gil (2008) e uma perspectiva compreensiva fundamentada no pensamento de Weber (2009). Os resultados do estudo indicam que a alfabetização, quando concebida sob a ótica freireana, não se reduz à simples decodificação de palavras, mas se configura como um processo de conscientização capaz de romper com estruturas opressoras. A práxis transformadora emerge, assim, como um desdobramento necessário da leitura crítica da realidade, possibilitando a construção de sujeitos autônomos e engajados na transformação social. Dessa forma, reafirma-se a relevância da educação libertadora na luta contra a alienação e a marginalização, reforçando a necessidade de práticas pedagógicas que promovam a emancipação dos educandos.