FIGURAÇÕES DA VIOLÊNCIA E DE GÊNERO EM ANAHY DE LAS MISIONES
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-137Palavras-chave:
Figurações-da-violência, Gênero, ResistênciaResumo
A proposta desta comunicação consiste em discutir as figurações da violência e de gênero a partir da análise e interpretação do filme Anahy de las Misiones (1997), de Sérgio Silva. O cenário do longa-metragem é o Pampa gaúcho durante o período da Revolução Farroupilha (1835-1845). O enredo se contrapõe à história oficial do Rio Grande do Sul – cativa pela celebração da masculinidade gaudéria através de narrativas de bravura e de virilidade – ao nos apresentar Anahy, uma mulher andarilha, ex-prostituta, solteira e velha que assume o protagonismo na sua família e sobrevive a partir da coleta e venda de restos encontrados nos vestígios das matanças da guerra. As andanças de Anahy e o seu modo de enfrentar as violências da guerra subvertem a representação tradicional gaúcha que atribui à mulher uma identidade marcada por subordinações. A leitura do filme permite discutir, por um lado, as figurações da violência e de gênero; e por outro lado, questionar as ausências da história oficial e pensar em outros protagonismos.