A ASSOCIAÇÃO DOS DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE COM O TIPO DE ALEITAMENTO MATERNO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n1-187Palavras-chave:
Aleitamento Materno, Amamentação Exclusiva, Desmame Precoce, Renda Familiar, Determinantes Sociais da SaúdeResumo
Introdução: A prática do aleitamento materno é influenciada por diversos determinantes sociais da saúde (DSS), como idade materna, escolaridade, renda familiar e inserção no mercado de trabalho. Este estudo, realizado nos municípios litorâneos do estado de Alagoas, Brasil, busca compreender como essas variáveis impactam o tipo de amamentação, considerando suas associações com o desmame precoce e a continuidade do aleitamento exclusivo. A análise evidencia que mães com maior idade e baixa renda familiar apresentam maior probabilidade de iniciar aleitamento misto ou parcial, enquanto níveis mais altos de renda favorecem a prática do aleitamento exclusivo. Esses resultados reforçam a importância de políticas públicas que priorizem o suporte à amamentação, especialmente entre populações mais vulneráveis. Objetivo: Descrever a influência da idade materna, escolaridade, trabalho e profissão materna, e renda familiar sobre o tipo de aleitamento materno. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, baseado na população. Foi conduzido nas Unidades Básicas de Saúde (Estratégia Saúde da Família) nos municípios litorâneos do estado de Alagoas, Brasil. As entrevistas com as participantes ocorreram de maio a novembro de 2017. Cenário e participantes: As Unidades Básicas de Saúde proporcionaram uma boa representatividade de participantes que utilizavam o Sistema Único de Saúde para suas necessidades de saúde. Uma amostra aleatória de 150 mulheres em período de amamentação foi recrutada. O Comitê de Ética da Universidade Federal de Alagoas aprovou o estudo. Todas as participantes forneceram consentimento formal. Resultados: A idade média das participantes foi de 24,8 anos; 60 (40%) se identificaram como evangélicas, 68 (45,3%) não concluíram o ensino fundamental, 85 (56,7%) eram donas de casa, e a maioria possuía renda familiar de um a dois salários mínimos mensais. A idade materna e a renda familiar mostraram-se estatisticamente relacionadas ao tipo de aleitamento materno (p < 0,05). Notavelmente, o maior número de participantes que utilizavam aleitamento misto ou parcial (30%) tinha 30 anos ou mais. A maioria das mães que realizaram aleitamento misto ou parcial (87,1%) possuía renda familiar inferior a dois salários mínimos mensais. Por outro lado, a maioria das mães (14,3%) com renda familiar de três ou mais salários mínimos mensais praticava aleitamento materno exclusivo. Conclusões principais: Os dados indicam que maior idade materna e menor renda familiar mensal são determinantes sociais de saúde que aumentam as chances de interrupção do aleitamento materno exclusivo, enquanto maior renda familiar mensal aumenta as chances de manutenção do aleitamento exclusivo. Implicações para a prática: Esses achados indicam a necessidade de maior suporte ao aleitamento materno, especialmente para mães de baixa renda, que têm maior probabilidade de interromper o aleitamento exclusivo, aumentando, assim, as chances de morbidade infantil.