AÇÃO IN VITRO DE EXTRATOS VEGETAIS SOBRE ENTEROCOCCUS FAECALIS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n4-458Palavras-chave:
Plantas Medicinais, Enterococcaceae, Alterações Bucais, AntimicrobianosResumo
O Enterococos faecalis tem uma função significativa nas doenças na prática clínica odontológica, principalmente como agente causador de infecções endodônticas e de tecidos moles. Os constituintes das plantas medicinais podem ser utilizados associados a medicamentos, como matéria prima, ou diretamente como compostos farmacologicamente ativos e oferecer alternativa ou coadjuvante no tratamento antimicrobiano, podendo ser um recurso útil na odontologia. O objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial inibitório e a interação com amoxicilina de extratos de plantas medicinais sobre E. faecalis. Duas estirpes de E. faecalis, ATCC 29.212 e ATCC 51.299, foram utilizadas para determinação do percentual de inibição do crescimento bacteriano, interação de antimicrobianos com extrato de planta e atuação sobre a formação do biofilme. Os extratos etanólicos de Lantana camara, Lippia macrophyla, Genipa americana, e extratos hexânicos de Hypericum connatum e H. caprifoliatum foram utilizados em concentrações que variaram entre 31,1 e 1000 µg/mL. Para os testes de interação entre extrato de planta e amoxicilina, utilizou-se o método de checkerboard com concentrações do extrato de L. camara de 16 a 1000 µg/mL e de amoxicilina de 0,16 a 10 µg/mL. Para verificação da atuação sobre a formação de biofilme, utilizou-se o método de cristal violeta. Todos os extratos testados inibiram o crescimento de E. faecalis variando conforme estirpe e extrato. Para a estirpe ATCC 29.212, todos os extratos apresentaram resultados significativamente inferiores ao valor médio de cloranfenicol e, na concentração de 500 µg/mL dos extratos, comparável ao valor médio de amoxicilina. Para a estirpe ATCC 51.299, nenhum extrato demonstrou ação comparável ao cloranfenicol ou à amoxicilina. Em relação a atuação sobre a formação do biofilme, observou-se que o extrato de L. camara na concentração de 1000 µg/mL não interfere na ação da amoxicilina. Conclui-se, portanto, que os extratos de espécies vegetais das famílias Verbenaceae, Hypericaceae e Rubiaceae são promissores como inibidores do crescimento do E. faecalis in vitro, recomendando-se mais pesquisas para estabelecer se estes extratos apresentam ou não eficácia na sua aplicação clínica na busca de tratamentos alternativos na doença bucal.