DIFICULDADES, AMEAÇAS, FORTALEZAS E OPORTUNIDADES (MATRIZ DAFO) DE COMUNIDADES TRADICIONAIS NA PERSPECTIVA DA RESILIÊNCIA ECOLÓGICA E SOCIOCULTURAL NA RESERVA DA BIOSFERA DO PANTANAL, MATO GROSSO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n4-446Palavras-chave:
Resiliência, Déficit Hídrico, Invisibilidade, AdaptaçõesResumo
O objetivo desta pesquisa foi analisar como as comunidades tradicionais Sesmaria Boa Ventura e Água Branca percebem e respondem às alterações socioambientais e políticas públicas. Essas comunidades localizam-se no município de Santo Antônio de Leverger, com população de 15 e 12 famílias respectivamente e estão situadas entre os rios Cupim e Água Branca na região de interflúvio das Morrarias São Vicente, com a foz no Sistema de Baías Chacororé – Sinhá Mariana no Pantanal de Mato Grosso. O método DAFO (D - Dificuldades, A - Ameaças, F - Fortalezas e O - Oportunidades) serviu de roteiro para as entrevistas semiestruturadas e organização dos dados e a Bola de Neve, para indicação dos entrevistados. Os interlocutores nasceram e sempre moraram na região, possuem idade média de 71 anos e foram indicados 73% do sexo masculino. As comunidades praticam agricultura familiar de subsistência, seus moradores apresentam baixa escolaridade e hábitos comunitários. Os 15 entrevistados citaram 16 variáveis do componente Dificuldades, 16 Ameaças, 19 Fortalezas e 10 Oportunidades. As Dificuldades citadas com mais frequência foram Insegurança Hídrica (18,87%) e alimentar (15,09%) e Saúde Deficitária (11,32%); as Ameaças foram a Insegurança Ambiental (27,59%) e Econômica (13,79%), Uso de Agrotóxicos Falta de Chuva (10,34%); as Fortalezas, Segurança Pública (15,48%) Sossego e Natureza (11,90%) e como Oportunidades, Luz Para Todos e Construção de Estradas (25,71%), Construção de Escolas (17,14%) e Postos de Saúde (11,43%). As comunidades responderam as Dificuldades e Ameaças com adaptações, tais como: Construção e Ampliação de Poços (18,42%), Alterações no calendário Agrícola (15,79%) e Uso de Insumos agrícolas (10,53%). Conhecimentos ecológicos tradicionais em desuso foram reincorporados como adaptações culturais em situação de alta vulnerabilidade indicando a transmissão oral como mecanismo de resiliência.