PERCEPÇÃO DE TUTORES DE CÃES E GATOS SOBRE GUARDA RESPONSÁVEL, CUIDADOS COM A SAÚDE ANIMAL E RISCOS DE TRANSMISSÃO DE ZOONOSES EM SEROPÉDICA, RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n3-197Palavras-chave:
Saúde Única, Saúde Pública, Controle Populacional, Educação em SaúdeResumo
A crescente aquisição de animais de companhia associada ao descontrole reprodutivo e abandono, revelam que a ausência de responsabilidade sobre o animal pode oferecer riscos à saúde pública. Dessa forma, o presente estudo consistiu em avaliar o conhecimento da comunidade de Seropédica sobre zoonoses, controle populacional e guarda responsável de animais. Para tanto, foram avaliados os aspectos que fundamentam guarda responsável por meio de um questionário estruturado aplicado a 417 tutores durante a campanha de vacinação antirrábica de cães e gatos no município de Seropédica, RJ. A coleta de dados foi conduzida por alunos do Programa de Educação Tutorial - PET e discentes voluntários, sendo ambos grupos alunos da graduação em Medicina Veterinária da UFRRJ. Os dados obtidos foram organizados por meio do software Microsoft Excel e a análise descritiva foi realizada empregando métodos quantitativos e qualitativos. Através da análise, foi revelado que 74,10% das pessoas possuíam entre 1 a 3 animais em casa, enquanto 15,83%, 9,59% e 0,48% possuíam entre 4 e 5 animais, 6 ou mais animais e nenhum animal, respectivamente. Quanto à prática da vacinação, 68,11% vacinavam seus animais, 7,67% não vacinavam e 24,44% vacinam apenas contra a raiva em campanhas de vacinação. Sobre o uso de antiparasitários, 85,13% utilizavam em seus animais, enquanto 14,87% não utilizavam. Além disso, 22,54% castraram todos os seus animais, 24,70% castraram apenas alguns e 52,76% não castraram nenhum de seus animais. Quanto à assistência médico-veterinária, 50,12% levavam seus animais ao veterinário, enquanto 49,88% não levavam. Em relação à castração, 69,78% dos tutores afirmaram que a medida é eficaz para prevenir crias indesejadas, para promover o bem-estar dos animais domésticos (62,35%), para reduzir animais de rua (55,88%), conservar a fauna silvestre (26,86%), mitigar zoonoses (41,73%) e preservar a saúde humana (32,61%). Além disso, 77,22% definiram os animais errantes como animais sem dono, abandonados, que vivem nas ruas urbanas e 24,22% definiram-nos como animais sem dono, mas assistidos pela comunidade. Quanto ao conceito de guarda responsável, destacaram o cuidado e bem-estar do animal (53,00%), seguido de responsabilidade (10,79%), garantia de proteção (1,92%), demonstração de amor e carinho (11,03%), além de ações cotidianas como banho, passeios, alimentação e vacinação (16,31%), enquanto 11,51% desconhecem o conceito. 78,66% afirmaram que a população de animais errantes pode afetar a saúde humana, principalmente pela transmissão de doenças (53,00%), transmissão de pulgas (5,28%) ou ambos (24,46%). Quanto às zoonoses, 65,95% reconheceram a possibilidade da transmissão de doenças de animais para humanos, e 56,35% afirmaram conhecer o termo zoonoses, destacando a raiva (87,29%), sarna (70,98%), leptospirose (53,96%), esporotricose (39,33%), toxoplasmose (34,29%) e leishmaniose (32,13%). Esses dados proporcionam uma visão abrangente sobre a percepção e o conhecimento dos participantes em relação às questões de saúde pública veterinária, enfatizando que a população investigada se mostra ainda desinformada, o que reflete em desafio e demanda a necessidade contínua de educação e conscientização sobre guarda responsável e prevenção de zoonoses.