ANDARILHOS, VIDAS ERRANTES E ENVELHECIMENTO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n3-119Palavras-chave:
Envelhecimento, Andarilhos, Rodovias, ErrânciaResumo
O presente artigo focaliza a interseccionalidade entre o processo de envelhecimento e a condição de vida de andarilhos de estrada – pessoas que abandonaram a vida urbana sedentarizada e desertaram para as rodovias, passando a viver como errantes, caminhando diariamente pelos acostamentos e pernoitando debaixo de pontes e viadutos ou em algum recanto de postos de combustíveis e restaurantes onde, também, conseguem a doação de comida. A pesquisa foi norteada pelas seguintes indagações: como é a experiência de envelhecer na estrada, como errante? Quais os principais problemas, desafios e perspectivas? Foram entrevistados andarilhos, nos acostamentos das rodovias, de todas as faixas etárias, incluindo os maiores de 60 anos. Os resultados indicam que há a percepção, entre eles, de um envelhecimento precoce, porém não se preocupam com o envelhecer. Pensam em abandonar a vida na estrada apenas quando não puderem mais caminhar, se entregando a qualquer destino, como uma instituição para idosos, ou até à própria morte.