SINGULARIDADES DO EU, ENQUANTO XAMÃ YANOMAMI
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n3-069Palavras-chave:
Sujeito e Alteridade, Narrativa Indígena, Postulados AnimistasResumo
A partir da necessidade de reunir subsídios que nos permitissem efetuar uma leitura criteriosa da obra A Queda do Céu – Palavras de um Xamã Yanomami, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, em nosso atual projeto pesquisa, intentamos encontrar respostas para os equívocos nas relações históricas, culturais e jurídico-institucionais mantidas entre civilizados e indígenas que compartilham o território brasileiro, ou, segundo Viveiros de Castro (2015) elucidar um “diálogo pobre, esporádico e altamente desigual”. No entanto, ao abordar o problema da enunciação de pessoa, que nos propusemos a enfrentar, revelou-se a impropriedade das inflexões teóricas por nós escolhidas no início de tal investigação. Perante esse impasse, decidimos retomar os estudos já realizados, buscando, no presente texto, desdobrá-los como uma espécie de relato de erros – e possível correção de rumo. Desse modo, começamos por expor as dificuldades colocadas pelo uso de categorizações literárias e filosóficas modernas – autodiegese e heterodiegese, sujeito e alteridade, autor e leitor. Em seguida, examinamos certos problemas enunciativos instaurados pela figuração autodiegética de um sujeito histórico não ocidental, assim como certas marcas interpretativas constituídas tanto pelo repertório de leitura, quanto pelo horizonte de expectativas (ISER, 2013). À guisa de conclusão, apresentamos o realinhamento da perspectiva epistemológica adotada para dar conta da investigação pretendida.