DENGUE EM GESTANTES: UMA POTENCIAL AMEAÇA PARA OS DESFECHOS MATERNO- FETAIS?

Autores

  • Marcela Pereira Romão Autor
  • Lara Zaccarelli Rubira Autor
  • Ethel Zimberg Chehter Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev6n3-049

Palavras-chave:

Dengue, Gestação, Arbovirose, Febre

Resumo

INTRODUÇÃO: a dengue é uma doença febril aguda, causada pelo vírus DENV e transmitida principalmente pelo mosquito do gênero Aedes. Trata-se de uma patologia endêmica majoritariamente em países da Ásia e da América. A evolução clínica costuma dividir-se em três fases: febril, crítica e de recuperação, sendo a febre o sintoma inicial, por vezes acompanhada de anorexia, vômito, diarreia e exantema maculopapular. A fase crítica caracteriza-se pelo aumento da permeabilidade capilar, que resulta em hemorragia, choque e disfunção orgânica pelo acúmulo de líquido, gradualmente reabsorvido na fase de recuperação. O diagnóstico de dengue é fechado a partir da detecção do antígeno NS1; do genoma, por RT-PCR; ou dos anticorpos IgM ou IgG. O tratamento é somente sintomático. Na gestação, estudos sugerem haver aumento de resultados materno-fetais adversos diante da infecção por DENV, além de o diagnóstico desafiador, devido às adaptações fisiológicas gravídicas. Nesse contexto, esta revisão sistemática objetiva analisar como comporta-se a dengue em gestantes e o desfecho da infecção. MÉTODO: foram realizadas buscas no PubMed, com as palavras-chave “dengue pregnancy”, no LILACS, utilizando “dengue gravidez” e “dengue embarazo”, e no Scielo, a partir de “dengue gravidez”. Foram obtidos 188, 18, 21 e 1 resultados, respectivamente, sendo que, após a exclusão por título e resumo, e por texto completo, foram incluídos 32 artigos. RESULTADO: dos desfechos maternos, trombocitopenia grave e morte foram os mais citados nos artigos, seguidos por hemorragia pós-parto, formas mais graves da doença, necessidade de cesárea e pré-eclâmpsia. A repercussão fetal mais prevalente foi a prematuridade, além de natimortos, mortes neonatais, baixo peso ao nascer e oligoâmnio. DISCUSSÃO: os artigos analisados sugerem que a dengue na gravidez eleva o risco de formas graves da doença, hemorragia pós-parto, morte materna, abortamento, natimortos, restrição de crescimento fetal, prematuridade e oligoâmnio, em especial diante de infecções adquiridas no 3º trimestre gestacional. A transmissão vertical também aumenta no final da gestação. CONCLUSÃO: esta revisão destaca que a dengue é especialmente relevante durante a gestação, com significativo impacto negativo nos desfechos maternos e fetais. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para maior aprofundamento, já que não há consenso.

Downloads

Publicado

2024-11-06

Edição

Seção

Articles