DESEMPENHO TÉRMICO DE HABITAÇÃO VERNACULAR EM ADOBE: ANÁLISE CONFORME NORMAS BRASILEIRAS NO QUILOMBO BARRA DA AROEIRA/TO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-291Palavras-chave:
Conforto Térmico, Habitação Vernacular, Adobe, NBR 15220, NBR 15575Resumo
As habitações vernaculares, como as de adobe, são comuns em comunidades tradicionais e frequentemente associadas a um melhor conforto térmico. No entanto, carecem de avaliações técnicas que comprovem seu desempenho frente às normativas nacionais. Isto posto, este estudo avaliou o desempenho térmico de uma habitação de adobe no Quilombo Barra da Aroeira/TO, conforme os parâmetros estabelecidos pelas normas NBR 15220-3 e NBR 15575-1. Para isso, realizou-se um estudo de caso único, com medições de temperatura do ar, temperatura de globo e umidade relativa interna e externa, por três dias consecutivos, utilizando termômetros de globo digitais. Os dados foram analisados comparativamente com os requisitos das normas. O estudo apresentou uma diferença máxima de temperatura interna e externa de 2,8°C, insuficiente para atender ao nível mínimo de desempenho (M) da NBR 15575, que exige que a temperatura interna seja inferior à externa. Os cálculos de transmitância térmica (U=4,0 W/m².K), atraso térmico (φ=4,29 h) e fator solar (FS=10,4) para as paredes de adobe não atenderam aos requisitos da NBR 15220-3 (U≤2,2; φ≥6,5; FS≤3,5). A área de aberturas (7,71%) ficou abaixo do recomendado (10-15%). Isto posto, é possível concluir que a habitação vernacular de adobe, na configuração construtiva avaliada pela presente pesquisa, não proporciona o desempenho térmico estabelecido pelas normas técnicas brasileiras. Recomenda-se a adoção de estratégias de melhoria, como o uso de blocos vazados, revestimentos com tintas de baixa absorção e aumento das aberturas para ventilação.
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