RELAÇÃO ENTRE O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E A QUALIDADE DAS ÁGUAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CUBATÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-160Palavras-chave:
Water Quality Index, Multiple Linear Regression, Trophic State Index, Joinville, Braço RiverResumo
A bacia hidrográfica é uma importante unidade de análise ambiental, e a relação entre o uso e ocupação do solo e a qualidade das águas é um tema de crescente interesse e relevância na gestão dos recursos hídricos. A bacia do rio Cubatão, localizada nos municípios de Joinville e Garuva, Santa Catarina, é vital para o abastecimento de água de aproximadamente 70% da população joinvilense. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre o uso e ocupação do solo na bacia do rio Cubatão, com a qualidade das águas superficiais. Para tanto, foi realizado mapeamento do uso e cobertura do solo a partir de imagens de satélite, e a partir de dados de qualidade de água foram realizadas análises estatísticas como regressão linear e análise de agrupamento. Dentre os principais resultados tem-se que a urbanização desordenada e a agricultura intensiva são as principais causas de degradação da qualidade da água. A urbanização aumenta a impermeabilização do solo, reduz a infiltração de água e eleva o escoamento superficial, transportando poluentes para os corpos d'água. A agricultura contribui significativamente com nutrientes e pesticidas, resultando em eutrofização e contaminação das águas. As análises multivariadas de agrupamento revelaram grupos distintos de qualidade de água e uso do solo, destacando a variabilidade espacial e a necessidade de abordagens de gestão específicas para diferentes áreas da bacia. Nesse sentido, o estudo reforça a importância de práticas de conservação do solo e gestão integrada das bacias hidrográficas para melhorar a qualidade da água.
Downloads
Referências
Allan, J. D. (2004). Landscapes and riverscapes: The influence of land use on stream ecosystems. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, 35, 257-284. https://doi.org/10.1146/annurev.ecolsys.35.120202.110122
American Public Health Association, American Water Works Association, & Water Environment Federation (Eds.). (2012). Standard methods for the examination of water and wastewater (22nd ed.). Washington, D.C.: American Public Health Association.
Araújo, D. R., Mendonça, A. S. F., & Reis, J. A. T. (2018). Análise de variação e comparação de índices de estado trófico: reservatórios dos aproveitamentos hidrelétricos de Rio Bonito e Suíça. Engenharia Sanitária e Ambiental, 23(1), 55-62. https://doi.org/10.1590/S1413-41522018162462
Bridgewater, L. L., et al. (Eds.). (2017). Standard methods for the examination of water and wastewater (23rd ed.). Washington, D.C.: American Public Health Association.
Carlson, R. E. (1977). A trophic state index for lakes. Limnology and Oceanography, 22(2), 361-369. https://doi.org/10.4319/lo.1977.22.2.0361
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. (2020). Índice de Qualidade das Águas: Apêndice D. São Paulo: CETESB. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/wp-content/uploads/sites/12/2021/09/Apendice-E-Indice-de-Qualidade-das-Aguas.pdf.(In portuguese)
Custódio, M. R., et al. (2023). Water quality assessment in urban watersheds: challenges and perspectives. Environmental Monitoring and Assessment, 195(6), 302. https://doi.org/10.1007/s10661-023-11111-1
Fleck, L., Eyng, E., & Tavares, M. H. F. (2015). Remoção biológica de nitrogênio em efluentes líquidos: uma revisão. Revista EIXO, 4(2), 43-55. https://doi.org/10.19123/eixo.v4i2.293
Jolliffe, L. T. (2002). Principal component analysis (2nd ed.). New York: Springer. https://doi.org/10.1007/b98835
Kinzelman, J. L., et al. (2005). Use of IDEXX Colilert-18® and Quanti-Tray/2000 as a Rapid and Simple Enumeration Method for the Implementation of Recreational Water Monitoring and Notification Programs. Lake and Reservoir Management, 21(1), 73-77. https://doi.org/10.1080/07438140509354414
Lamparelli, M. C. (2004). Grau de trofia em corpos d’água do estado de São Paulo: avaliação dos métodos de monitoramento (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-20032006-075813/publico/TeseLamparelli2004.pdf
MapBiomas. (2022). Coleção 8 da Série Anual de Mapas de Uso e Cobertura da Terra do Brasil. Acessado em 22 de abril de 2022, de https://storage.googleapis.com/mapbiomas-public/initiatives/brasil/collection_8/lclu/coverage/brasil_coverage_2019.tif
Menezes, J. P. C., Bittencourt, R. P., Farias, M. S., Bello, I. P., Fia, R., & Oliveira, L. F. C. (2016). Relação entre padrões de uso e ocupação do solo e qualidade da água em uma bacia hidrográfica urbana. Engenharia Sanitária e Ambiental, 21(3), 519-534. https://doi.org/10.1590/S1413-41522016145405
Oliveira, T. M. N., et al. (2017). Bacias Hidrográficas da Região de Joinville: Gestão e Dados (1st ed.). Joinville, SC: Editora Univille. https://www.univille.edu.br/account/editora/VirtualDisk.html/downloadDirect/1145899/Bacias_hidrograficas_2017.pdf
Ouyang, W., Hao, F., Skidmore, A. K., & Toxopeus, A. G. (2010). Soil erosion and sediment yield and their relationships with vegetation cover in upper stream of the Yellow River. The Science of the total environment, 409(2), 396–403. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2010.10.020
Pacheco, F. A. L., & Fernandes, L. F. S. (2016). Environmental land use conflicts in catchments: A major cause of amplified nitrate in river water. Science of the Total Environment, 548-549, 173-188. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2015.12.155
Ribeiro, J. M. G., & Oliveira, T. M. N. (2017). Cartilha Geográfica: Bacias hidrográficas dos rios Cubatão (norte) e Cachoeira (1st ed.). Joinville, SC.
Santa Catarina et al. (2016). Atlas geográfico de Santa Catarina: Diversidade da natureza (Vol. 2). Editora da Udesc.
Santos, R. C. L., & Souza, A. R. L. (2019). Índice de qualidade de água (IQA) como ferramenta de gestão ambiental na bacia hidrográfica do rio Cubatão, SC. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 8(1), 13-24.
Silva, E. S., Oliveira, D. D., Santos, F. M. A., & Lins, G. A. (2022). Correlação entre salinidade, temperatura e pH na área de influência do Porto da Cidade do Rio de Janeiro (Brasil) entre 2016 a 2018. Revista Sustinere, 10(1), 218-237. https://doi.org/10.12957/sustinere.2022.56684
Simeonov, V., Stratis, J. A., Samara, C., Zachariadis, G., Voutsa, D., Anthemidis, A., Sofoniou, M., & Kouimtzis, T. H. (2003). Assessment of the surface water quality in Northern Greece. Water Research, 37, 4119-4124. https://doi.org/10.1016/S0043-1354(03)00398-1
Sodré, F. F. (2012). Fontes difusas de poluição da água: Características e métodos de controle. Artigos Temáticos do AQQUA, 1, 9-16.
Souza, et al. (2020). Reconstructing three decades of land use and land cover changes in Brazilian biomes with Landsat Archive and Earth Engine. Remote Sensing, 12(17). https://doi.org/10.3390/rs12172735
Tong, S. T. Y., & Chen, W. (2002). Modeling the relationship between land use and surface water quality. Journal of Environmental Management, 66(4), 377-393. https://doi.org/10.1006/jema.2002.0593