INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO CONTEXTO DA ATENÇÃO DA PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) SOB À LUZ DAS PROPOSTAS DE EMERSON MERHY
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n7-263Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Integralidade, Tecnologias do Cuidado, Micropolítica, Emerson MerhyResumo
O presente estudo teve como objetivo identificar as tecnologias do cuidado predominantes nas práticas cotidianas da Atenção Primária à Saúde (APS), compreender como a combinação dessas tecnologias contribui para a construção da integralidade do cuidado e discutir as contribuições do referencial teórico de Emerson Merhy no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma revisão integrativa com abordagem qualitativa, que incluiu dez estudos selecionados a partir de critérios de inclusão e exclusão, conforme a estratégia PICo. Os dados foram analisados criticamente à luz da micropolítica do trabalho vivo em saúde, proposta por Merhy. Os resultados apontaram que as tecnologias leves, como a escuta qualificada, o acolhimento e a construção de vínculo, são centrais na prática cotidiana dos profissionais da APS, embora ainda subvalorizadas frente ao predomínio das tecnologias duras e leve-duras. Constatou-se que a efetivação da integralidade exige a articulação entre diferentes tecnologias do cuidado, com ênfase na dimensão relacional do processo de trabalho. A teoria de Merhy foi fundamental para compreender o cuidado como um ato ético, estético e político, produzido no encontro entre trabalhador e usuário. Conclui-se que, para consolidar a integralidade no SUS, é necessário reorientar os processos formativos e os modelos de gestão, reconhecendo o território como espaço vivo de cuidado e promovendo práticas que valorizem a autonomia e os saberes locais.