Mulher de preso nunca está sozinha: gênero e violência nas visitas à prisão
Palabras clave:
Prisão, Violência, GêneroResumen
Neste artigo, exploro as tensões e relações que permeiam os trânsitos entre dentro e fora da prisão a partir de mulheres que não estão presas, mas entram na prisão como visitas. A etnografia se desenvolve nos “bastidores” do processo de visitação: uma pensão situada em um município do oeste paulista que recebe, nos fins de semana, mulheres que se deslocam de diversas partes do estado para visitar seus maridos e
filhos. A pensão, além de servir de pouso, é um dos locais onde mulheres trocam bens, informações e histórias sobre os inúmeros momentos de entrada e saída das prisões. Tais interlocuções ocorrem em meio a tensões e envolvem vínculos de solidariedade, disputas e produção de diferenças entre as mulheres, que articulam a figura da mulher de preso.