O CORPO COMO MANIFESTO: JUVENTUDES NEGRAS, POLÍTICAS AFIRMATIVAS E REEXISTÊNCIAS NO ENSINO SUPERIOR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-287Palabras clave:
Corporeidade negra, Ações afirmativas, Estética, Mapas Corporais, DecolonialidadeResumen
Este artigo investiga os impactos das políticas de ações afirmativas na corporeidade de estudantes negros e negras da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a partir de uma abordagem qualitativa e decolonial. Fundamentado em autores como Frantz Fanon, Nilma Lino Gomes, Stuart Hall, Kabengele Munanga e Kimberlé Crenshaw, o estudo busca compreender o corpo negro a partir de suas memórias resistência e insurgências. Por meio da metodologia dos Mapas Corporais Narrados, foram analisadas imagens e narrativas de estudantes ingressantes pelo sistema de cotas raciais. As análises revelam processos de autoafirmação estética, reconfiguração da autoestima e ressignificação política do corpo, indicando que o acesso à universidade, associado às políticas de ações afirmativas, transcendem a dimensão acadêmica e incidem diretamente sobre as subjetividades e identidades dos sujeitos. Percebe-se um avanço nos processos de emancipação estética e epistêmica, desafiando os padrões eurocentrados e racialmente normativos que estruturam o espaço universitário e a sociedade. Conclui-se que a presença negra nas universidades públicas, sustentada por políticas afirmativas, tem transformado os corpos em epistemologias vivas inscrevendo novas possibilidades de existência, ensino e produção de conhecimento.
