MEMÓRIA E HISTÓRIA: ITINERÁRIO INTELECTUAL DE UM HERMES UNIVERSAL NO NORDESTE BRASILEIRO

Autores/as

  • Vania de Vasconcelos Gico Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n5-251

Palabras clave:

Itinerários Intelectuais, Escrita Epistolar: Câmara Cascudo, Intérpretes do Brasil: Câmara Cascudo

Resumen

Aborda-se a correspondência de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) enquanto fonte de pesquisa para sua produção intelectual que consta de livros, coletâneas, biografias, capítulos de livro, folhetos, artigos, discursos, conferências, prefácios de livros, verbetes, entrevistas e uma correspondência estimada em mais de três mil cartas. Discute-se sua obra, que percorre um itinerário permissor da compreensão da historicidade e da cultura como processos sociais, o que o põe entre os intérpretes da formação cultural brasileira a partir dos anos 20, quando, tais discussões destacam-se no cenário intelectual dos seus pensadores. Analisa-se o estilo da obra cascudiana, bem como a multiplicidade de fontes e dados para elaborar sua escritura, evidenciando-se sua correspondência precatória, como por fim consagrou chamar as cartas que solicitava informações de pesquisa aos amigos, colegas pesquisadores e instituições. Solicitava tudo que precisava para escrever seus livros e não estava ao seu alcance geográfico: informações de bibliotecas, arquivos, museus, dados de família e profissional dos estudiosos que estava referenciando e até mesmo coleta de dados de pesquisa de campo, eram pedidos e lhe vinham por correspondência dos amigos escolhidos em Estados brasileiros ou em pontos estratégicos do exterior, para fornecer-lhe tais informações. Detalhava os pedidos, orientando o levantamento dos dados e indicando as minúcias que desejava para cada assunto que estava ocupado, discutindo as nuances da memória, da história e do folclore/ etnografia, faces de um mesmo todo, como no caso do folclore que além de perpassar todo o processo criativo, destacou o conjunto da obra. Também compunham esta correspondência as dificuldades, dúvidas e estágios de desenvolvimento dos assuntos que vinha estudando. Desse modo suas missivas eram um veículo singular de disseminação da informação, divulgação e recebimento de notícias editoriais, já que, ele próprio, estava tão distante dos ciclos mais ativos das discussões em voga neste campo. Não obstante essas condições socioculturais restritivas da geração do recado, em que se situava, praticou sua interlocução sem sair da sua cidade Natal- capital do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil, publicando e atuando também fora da província, inclusive noutros países, mantendo-se atualizado com a produção literária de vários quadrantes do mundo, a partir do intercâmbio de cartas enquanto meio de comunicação. Daí porque toma-se aqui o Hermes como a metáfora universal do mensageiro, para tratar das epístolas cascudianas, uma vez que ele próprio dedica aos deuses dois dos seus livros: Meleágro e Anúbis.

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Publicado

2025-05-15

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

GICO , Vania de Vasconcelos. MEMÓRIA E HISTÓRIA: ITINERÁRIO INTELECTUAL DE UM HERMES UNIVERSAL NO NORDESTE BRASILEIRO. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 5, p. 25370–25385, 2025. DOI: 10.56238/arev7n5-251. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/5161. Acesso em: 5 dec. 2025.