ANÁLISE DA PRESENÇA POTENCIAL DE MICROPLÁSTICOS EM ÁGUAS DE ORIGEM FLUVIAL E POTÁVEL EM ITUMBIARA, GOIÁS E IMPACTO PARA A SEGURANÇA HÍDRICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-262Palavras-chave:
Ambiente, Disruptores endócrinos, Doenças não transmissíveis, Segurança hídrica, PrevençãoResumo
O uso de materiais plásticos é amplamente difundido no mundo todo. No entanto, devido à sua baixa biodegradabilidade, esses materiais têm se tornado uma fonte significativa de poluição ambiental. A produção em larga escala de plásticos, iniciada no século XX, não foi acompanhada por práticas eficazes de descarte, agravando o problema em um cenário de crescimento populacional acelerado - de 1 bilhão para mais de 8 bilhões de pessoas entre 1900 e 2022 - e aumento da expectativa de vida. Esse consumo crescente, aliado à persistência dos plásticos no ambiente, tem intensificado a exposição humana aos microplásticos (MPs) e nanoplásticos (NPs). Os MPs e NPs são gerados, principalmente, pela degradação de plásticos maiores, como sacos, garrafas e redes de pesca; além do desgaste de produtos de uso cotidiano, como embalagens, móveis, brinquedos, roupas sintéticas e itens de higiene pessoal. Esses fragmentos representam riscos à saúde humana e ambiental, seja por ingestão acidental por animais - com acúmulo ao longo da cadeia alimentar -, seja por exposição direta, como no contato com materiais sintéticos, cosméticos ou pela ingestão de água contaminada. Já foram identificados MPs/NPs no sangue, pulmões e fezes humanas, associados a alterações na microbiota, processos inflamatórios e à liberação de substâncias químicas com potencial disruptor endócrino, relacionados ao surgimento de doenças metabólicas, neurodegenerativas e câncer. Este trabalho teve como objetivo investigar a presença potencial de MPs na água de Itumbiara (GO). Foram coletadas amostras de água potável e do Rio Paranaíba, em áreas próximas ao perímetro urbano, analisadas por microscopia óptica e registradas por meio de fotografias. Não foram identificados MPs nas amostras de água filtrada ou de torneiras. No entanto, fragmentos de MPs foram detectados em amostras de água de efluentes e no bebedouro de uma instituição. Nas amostras de efluente, também foram observadas bactérias aderidas aos MPs. Os resultados indicam a presença de MPs na água não tratada do município, o que representa um potencial risco à saúde humana, principalmente quando essa água é usada para irrigação de plantas e consumo de animais.