ELES ESTÃO AQUI: NARRATIVAS DE PROFESSORES (AS) SOBRE A RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS MINERADORAS E ESCOLAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n3-211Palavras-chave:
Relação empresas minerárias e escolas, Educação-Mineração, Rompimento da Barragem de Fundão, Bento Rodrigues, AmarantinaResumo
Este artigo identifica e analisa as práticas construídas na relação entre as empresas mineradoras e as escolas no contexto do rompimento da Barragem de Fundão. O rompimento, ocorrido em 2015, tem impactado as formas de produzir e reproduzir a vida na região atingida. O trabalho ancorou-se no conceito de Silêncio Pedagógico, concebido para denominar a existência de um silenciamento na prática escolar sobre o tema do rompimento e os consequentes danos socioambientais da mineração. Dentre os fatores que produzem o silêncio, identifica-se a relação entre mineradoras e as escolas. Para tanto buscou-se identificar como os professores compreendem essa relação por meio dos resultados de três pesquisas realizadas por meio de entrevistas narrativas. Foram utilizadas 12 entrevistas com educadores (as) que atuam na escola do Povoado de Bento Rodrigues, em Mariana e, em escolas do Distrito de Amarantina, em Ouro Preto. Os resultados indicaram que as empresas estabelecem a relação por meio de quatro ações: financiamento de eventos; doação de materiais e uniformes escolares; oferta de formação continuada para docentes; e participação ativa em atividades que trabalham o tema do Meio Ambiente. Tais ações, a partir das narrativas dos professores, se configuram como evidências de que a relação entre empresa/escola contribui para construir e manter o silenciamento em torno do rompimento e, portanto, do desenvolvimento de uma perspectiva crítica com relação à prática minerária.