TIPOLOGIA GERAL DOS AGENTES ECONÔMICOS NO SISTEMA AGRÁRIO DO CACAU, SUL DA BAHIA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n3-048Palabras clave:
Tipologia de agentes econômicos, Cacau, Sistemas agrários, Multifuncionalidade da agricultura familiarResumen
Este artigo tem como objetivo discutir a crise da monocultura do cacau na região sul da Bahia, Brasil, desde a segunda metade da década de 1980 e as estratégias de superação econômica rumo às transformações do sistema agrário regional a partir de uma nova tipologia de categorias sociais na região. A crise da monocultura cacaueira começa com o crescimento do desemprego regional, a queda considerável da produção de cacau, o que torna o Brasil um país importador de cacau, implicando a desestruturação produtiva dos sistemas agrícolas baseados nas plantações de cacau no sistema agroflorestal cabruca. Novas pastagens e plantações de café são implantadas, contribuindo com o desmatamento da floresta tropical e substituição da agricultura pela pecuária. Dessa forma, a crise regional do desemprego rural e urbano provocou a estruturação ordenada dos movimentos sociais através da reforma agrária, intensificando as incursões e entradas em assentamentos rurais, fortalecendo os novos assentamentos da reforma agrária através da organização de um novo tipo de agricultura familiar. Quanto às categorias, as mais genéricas, observa-se a existência de oito categorias de agentes econômicos em relação ao cultivo do cacau no Sul da Bahia. São eles: produtores familiares de cacau e acordos diversificados de reforma agrária; médio empregador ou agricultores familiares com parceria (“meeiro”) ou pagamento de salário; empregadores agricultores que abandonaram as suas explorações de cacau; novos investidores que compraram terrenos abandonados; pequenas agroindústrias, associações e cooperativas de chocolate; empresas agroindustriais transnacionais e empresas de armazenamento comercial de cacau de médio porte. É possível identificar famílias pluriativas, exclusivamente agrícolas ou exclusivamente não agrícolas, e famílias que desenvolvem estratégias de conservação dos recursos naturais.