DESAFIOS ÉTICOS E PRÁTICOS NA ATUAÇÃO DE EQUIPES MULTIDISCIPLINARES EM SAÚDE COLETIVA

Resumen

Este estudo objetivou analisar os desafios éticos e práticos enfrentados por equipes multidisciplinares na área da saúde coletiva, evidenciando como a integração de diferentes saberes contribui para a prestação de um cuidado mais integral e humanizado. Partindo de uma revisão narrativa em bases de dados científicas (SciELO, LILACS e Google Acadêmico), foram selecionados artigos e capítulos que abordam a atuação conjunta de profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos e educadores físicos. Em geral, os resultados indicaram que a articulação de múltiplas perspectivas permite a compreensão ampliada dos determinantes sociais, culturais e biológicos que influenciam o processo saúde-doença, facilitando a elaboração de estratégias de intervenção mais efetivas e adequadas às realidades locais. Contudo, também se evidenciou a existência de obstáculos importantes, tais como a falta de clareza na definição de papéis, a deficiência de infraestrutura e a rotatividade de profissionais, que podem comprometer a continuidade das ações e a qualidade do cuidado prestado. Do ponto de vista ético, ressaltou-se a necessidade de respeitar a autonomia, a dignidade e a singularidade dos usuários, compreendendo-os não apenas como receptores de serviços, mas como sujeitos ativos na construção de soluções que levem em consideração suas referências culturais e sociais. Além disso, as equipes enfrentam o desafio de articular-se com diferentes setores (saúde, assistência social, educação, entre outros) para lidar com demandas complexas, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade social. Em suma, o êxito na implementação de práticas interdisciplinares em saúde coletiva depende da adoção de estratégias que congreguem conhecimento técnico-científico, sensibilidade ética e articulação política, de modo a responder com maior eficácia aos desafios contemporâneos no âmbito da saúde pública.