PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA COINFECÇÃO LEISHMANIOSE VISCERAL X HIV NO ESTADO DO PARÁ DE 2018 A 2022
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n4-439Palabras clave:
Doença, Epidemiologia, TratamentoResumen
A Leishmaniose Visceral (LV), a forma mais severa da doença, quando associada ao HIV, apresenta alta taxa de mortalidade devido à imunossupressão, que eleva a vulnerabilidade do paciente a infecções oportunistas, recaídas e falências terapêuticas. Empregando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-Net), o estudo analisou 1. 495 casos de LV entre 2018 e 2022, avaliando variáveis como sexo, faixa etária, raça, escolaridade e evolução clínica, com os dados processados no Microsoft Excel. Os resultados indicaram predominância da Leishmaniose Tegumentar (LT), que representou cerca de 90% dos casos notificados, no entanto, os dados não demostram associação com o HIV. Somente a LV demostrou resultados associado ao HIV. A coinfecção foi mais comum em homens de etnia parda, adultos em idade ativa e com escolaridade baixa, sugerindo maior exposição ocupacional em áreas de risco e refletindo desigualdades socioeconômicas. A maior parte dos pacientes coinfectados foi diagnosticada por métodos laboratoriais, o que contribuiu para taxas de cura relativamente elevadas. Contudo, os pacientes coinfectados apresentaram maior mortalidade em comparação aos HIV-negativos, com óbitos associados diretamente à LV ou a causas indiretas. Além disso, notou-se uma tendência inicial de queda no número de casos notificados de LV até 2021, seguida por um aumento em 2022, o que sugere possíveis mudanças na dinâmica epidemiológica da doença. A coinfecção agrava os desfechos clínicos de ambas as condições, dificultando o manejo terapêutico. A imunossupressão provocada pelo HIV intensifica a gravidade da LV, enquanto a infecção por Leishmania acelera o declínio imunológico em pacientes com HIV. Em resumo, o estudo reforça a função estratégica do Sinan como ferramenta para monitoramento epidemiológico e formulação de políticas de saúde, contribuindo para a compreensão da dinâmica da coinfecção LV-HIV no Pará. A análise ressalta que o enfrentamento eficaz exige abordagens integradas que considerem não apenas os fatores biológicos, mas também os sociais e estruturais, para alcançar maior equidade no cuidado à saúde.
