EPIDEMIOLOGIA E VULNERABILIDADES DE POPULAÇÕES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA RELACIONADAS AOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n4-206Palabras clave:
Escorpião, Acidentes escorpiônicos, VulnerabilidadesResumen
A epidemiologia é instrumento de identificação de problemas relevantes de saúde, avaliando seus determinantes e condicionantes. As vulnerabilidades das populações tradicionais da Amazônia frente aos acidentes escorpiônicos, necessitam de atenção do poder público. O objetivo deste estudo foi investigar os aspectos epidemiológicos e de vulnerabilidades de populações tradicionais da Amazônia relacionadas aos acidentes escorpiônicos. Trata-se de um estudo descritivo, multimétodo, transversal realizado no município de Santarém-Pa. A primeira etapa quantitativa foi feita pela base de dados do SINAN, de 2019 a 2023, na segunda etapa, qualitativa, foram realizadas entrevistas com vítimas de escorpionismo, sendo análise estatística descritiva e de conteúdo realizadas, respectivamente, para as diferentes etapas. O estudo foi aprovado pelo CEP da Universidade do Estado do Pará sob nº CAAE: 72294123.6.0000.5168. De 2019 a 2023, ocorreram 926 casos de acidentes escorpiônicos em Santarém PA. 64,80% do sexo masculino, com idade entre 18 a 64 anos (70,73%), 65,77% são da zona rural e 23,76% da zona Urbana. Aspectos de vulnerabilidades: individual e social e programática emergiram susceptibilidades específicas destas populações tradicionais. A epidemiologia revelou que em Santarém, os acidentes escorpiônicos podem ocasionar manifestações neuromusculares, tais como mioclonia, fasciculação e sensação de choque elétrico pelo corpo. Tendo em vista as vulnerabilidades, o escorpionismo é um fenômeno socialmente determinado, uma vez que acomete principalmente pessoas que vivem em condições de maior vulnerabilidade e as possibilidades para enfrentá-lo também são distintas, incluindo o acesso aos serviços de saúde. O estudo trouxe uma visão aprofundada sobre acidentes escorpiônicos em Santarém–PA, com foco nos aspectos epidemiológicos e nas vulnerabilidades que afetam populações tradicionais da Amazônia. A limitação de acesso ao atendimento imediato com soro antiescorpiônico nos serviços de saúde reforça a necessidade de melhorar a resposta ao escorpionismo, especialmente em áreas remotas.
