A RODOVIA BR-319 (MANAUS-PORTO VELHO): O DISCURSO PARA “PASSEAR DE CARRO”, O ISOLAMENTO RODOVIÁRIO DE UMA REGIÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n2-222Palabras clave:
Amazônia, Meio Ambiente, Repavimentação da BR-319, Discurso, Jornalismo ambiental digitalResumen
O objetivo deste artigo é analisar o discurso da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, proferido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, assim como as falas do relator da CPI, Senador Plínio Valério, do Amazonas, e como estas reverberaram e foram veiculadas em portais de notícias amazonenses e nacionais e mídia televisiva. Também se analisa o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), documento técnico necessário para a obtenção da Licença Prévia para a repavimentação do “trecho do meio” da BR-319, cujas narrativas são dissonantes com o discurso da ministra. O estudo se justifica pela importância atual sobre os debates sobre a repavimentação da rodovia BR-319 (Manaus - Porto Velho), tanto em relação aos impactos ambientais quanto à necessidade de melhorias na infraestrutura de transporte na região amazônica. De cunho qualitativo, a metodologia utilizada no estudo exploratório foi bibliográfica e documental, com base nas teorizações de análise do discurso de Michel Foucault (1993) e seus estudiosos como Veiga-Neto (2004), Saraiva (2015) e Lemke (2014). Os achados indicam que o discurso da ministra problematiza a relação entre a reconstrução da rodovia e o combate a ilícitos ambientais, além de questionar a efetividade das políticas sociais que seriam implementadas na região após a obra.