DE SEM-TERRA A ASSENTADO: USO DE METÁFORA E METONÍMIA EM DISCURSOS DE REASSENTADOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n2-217Palabras clave:
Identidade, Exclusão, Metáfora, Metonímia, Sem-TerraResumen
O contexto rural da cidade de Castilho-SP caracteriza-se, atualmente, pela legalização de treze assentamentos, dos quais o Assentamento Celso Furtado, o segundo maior da região, lócus desta pesquisa, reúne cento e oitenta e sete famílias. Com a meta de contribuir para os estudos sobre identidade e sobre o sujeito-assentado o artigo pretende problematizar as representações que uma moradora do assentamento faz de si quando era designada como sem-terra, abordando a metáfora e a metonímia pelos construtos teóricos realizados por Orlandi (2015) e Fiorin (2002). Já para discutir as considerações sobre sujeito e discurso, baseamo-nos pressupostos teóricos de Pêcheux (1990) e Foucault (2018); a identidade, por seu turno, é vista pela esteira de Hall (2020) e Coracini (2007); conceito de exclusão, reportamo-nos às contribuições de Bauman (1998) e Bhabha (1998). O trabalho é inscrito no viés discursivo, com base no método arqueogenealógico foucaultiano, que tem o objetivo de discutir como surgem os saberes e como estes se transformam. Para a coleta dos dados, realizamos a entrevista gravada em áudio no próprio assentamento, no qual a assentada respondeu à pergunta: como se via na condição de sem-terra? Observamos que a exclusão se manifesta por meio das representações que a assentada atribui à identidade atual e as imagens que ela acredita que a sociedade realiza dela.