OS EFEITOS DA DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE SOBRE OS ÍNDICES DE VACINAÇÃO NA INFÂNCIA: ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES NO BRASIL (2012-2024)
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-369Keywords:
Desinformação em saúde, Vacinação, Infância, Programas de ImunizaçãoAbstract
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) consolidou-se como uma das mais relevantes intervenções em saúde pública ocorridas no Brasil e como referência mundial em política pública. Embora visto como um exemplo de sucesso internacional, o PNI registrou na última década, redução das coberturas vacinais, acendendo um sinal de alerta para o retorno de doenças consideradas controladas ou eliminadas. Objetivo: Analisar os índices de cobertura vacinal infantil no Brasil e os efeitos das campanhas de desinformação em saúde sobre a adesão à política pública de imunização. Metodologia: Trata-se de uma investigação quantitativa, do tipo descritiva e analítica, acerca dos resultados do PNI entre os anos de 2012 a 2024. Os dados de cobertura vacinal foram coletados no Portal DATASUS, sistematizados e tratados por meio da estatística descritiva, e de forma complementar, foram correlacionados com a literatura científica que aborda o tema da desinformação em saúde. Resultados: Desde 2016, o Brasil vem registrando redução nos índices de cobertura vacinal para diversos imunizantes que constam no PNI, em todas as cinco regiões brasileiras, apresentando em 2021 o menor índice dos últimos cinco anos (61,52%), sendo as menores taxas de cobertura encontradas nas regiões Norte (55,37%) e Nordeste (58,17%). Esse decréscimo na vacinação contribuiu para o surgimento de novos surtos de sarampo. A deliberação pública em torno da relevância das vacinas atingiu um “pico de atenção” com a COVID-19; entretanto, não apenas os imunizantes contra COVID-19 sofreram ataques em mídias sociais, mas todo e qualquer imunizante. As campanhas de desinformação em saúde utilizam como argumento ético, a ênfase na autonomia para reforçar a pretensa preocupação com a liberdade individual em aderir ou não às vacinas. Considerações Finais: Ao analisar os dados envolvendo a associação entre desinformação em saúde e redução da cobertura vacinal, é possível encontrar um cenário de desconfiança pública nas vacinas e na própria Ciência, o que demanda, por parte dos gestores, a institucionalização de mecanismos de educação que promovam a saúde e o combate à desinformação.
