POR UMA “PEDAGOGIA DO ENCONTRO” – VÍNCULO, ESCUTA, AFETO E RECONHECIMENTO NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA FORMAÇÃO HUMANIZADA A PARTIR DAS CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE PAULO FREIRE, BELL HOOKS E HAIM GINOTT
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-025Keywords:
Pedagogia do Encontro, Vínculo Afetivo, Escuta Sensível, Educação HumanizadaAbstract
Nas relações pedagógicas, o encontro entre professor e aluno carrega potencialidades formativas que vão além da mera transmissão de conteúdos. Em um cenário educacional marcado pelo tecnicismo, pela impessoalidade e pela lógica produtivista, este artigo propõe a formulação inédita da “Pedagogia do Encontro” como alternativa metodológica e filosófica à pedagogia da performance e à educação bancária. Fundamentada nos pilares do vínculo, da escuta, do afeto e do reconhecimento, essa pedagogia desloca a centralidade do conteúdo para a centralidade da relação, compreendendo que a aprendizagem só é possível em contextos de confiança, presença e compromisso ético. A pergunta que orienta a pesquisa é: de que maneira o vínculo afetivo, o reconhecimento mútuo e a escuta ativa contribuem para uma formação humanizada nas práticas docentes? Inspirando-se nas contribuições de Paulo Freire (1967; 1971; 1974; 1977; 1983; 1992; 1996; 2000; 2014), bell hooks (2010; 2013; 2019) e Haim Ginott (1975; 2008), o estudo também dialoga com autores como Carl Rogers (1994), Donald Winnicott (1975), Henri Wallon (1981) e Maurice Tardif (2014), a fim de ampliar a compreensão sobre os aspectos subjetivos e relacionais da ação educativa. A pesquisa tem abordagem qualitativa (Minayo, 2007), de natureza bibliográfica (Gil, 2008) e orientada por um viés analítico-compreensivo segundo a perspectiva interpretativa de Weber (1949). Os achados revelam que o vínculo afetivo é elemento estruturante da ação pedagógica, não um adorno; que a escuta ativa promove pertencimento e engajamento discente; que o afeto, quando incorporado como postura ética, fortalece o reconhecimento do outro como sujeito; que a autoridade docente se legitima na horizontalidade e na coerência. Conclui-se que a “Pedagogia do Encontro” inaugura uma nova práxis centrada na humanização das relações escolares e na reconstrução da escola como espaço de dignidade, diálogo e cuidado.
