MUNDO AZUL: CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUTISMO A PARTIR DA COMPREENSÃO DOS PAIS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n1-255Palavras-chave:
Autismo, Transtorno do Espectro Autista, Psicologia Crítica, Centro de Atenção Psicossocial, PatologizaçãoResumo
O diagnóstico de autismo, atualmente configurado no TEA (Transtorno do Espectro Autista) torna-se cada vez mais comum entre crianças. O autismo tem um longo histórico de descrição e definição e o que se entende hoje por TEA é que este configura-se como um transtorno neuropsiquiátrico que acarreta prejuízos da linguagem e socialização. OBJETIVO: Tendo em vista o quanto o diagnóstico baseado em manuais classificatórios de transtornos está relacionado com a prática médica, individualizante e patologizante, buscou-se neste estudo avançar para além da visão individualizante e realidade da medicalização infantil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo descritivo, onde utilizou-se da entrevista como instrumento de coleta de dados, que se deu com pais e/ou cuidadores de crianças com diagnóstico e/ou hipótese diagnóstica do autismo que frequentam o CAPS IJ da cidade de Apucarana/PR, com objetivo de acessar suas formas de compreensão do que entendem por autismo. RESULTADOS: Podemos observar no relato dos familiares ênfase nos aspectos da patologização e individualização do autismo o que foi muito presente nas falas e sua relação com o discurso médico Ficou evidenciado o atravessamento da ciência médica no discurso dos pais a respeito do autismo, fato que determina a forma como estes compreendem o autismo, e as formas de tratamento consideradas adequadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste estudo esperamos que a ideia de um “mundo azul” como o termo muitas vezes utilizado no universo do autismo, o qual está relacionado à ideia de um mundo que se transforma diante de um diagnóstico, possa ajudar e contribuir para a inquietação do leitor diante a patologização, da medicalização e da individualização.