NOVAS REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO GÊNERO NOTÍCIA DURANTE A COBERTURA DA ‘BREQUE DOS APP’S’
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n1-010Keywords:
Análise crítica do discurso, Gênero notícia, Plataformização do trabalho, Breque dos appsAbstract
Partindo do pressuposto de que as notícias jornalísticas são capazes de reforçar ou denunciar problemáticas sociais, neste trabalho propomos a realização de uma análise crítica do gênero notícia com foco na plataformização do trabalho (Grohman, 2020). Trata-se de um fenômeno da sociedade contemporânea cujo principal impacto é a precarização e anulação de direitos laborais dos trabalhadores vinculados a plataformas digitais. No Brasil, esses trabalhadores são, na maioria, pretos, periféricos e de baixa renda. Mediante a análise de notícias publicadas durante a Breque dos Apps, primeira paralisação nacional dos entregadores de aplicativo, objetivamos identificar como esses atores sociais foram representados e quais discursos foram utilizados pela imprensa para explicitar a problemática em questão. A construção teórico-metodológica do estudo respalda-se na Análise Crítica do Discurso (Fairclough, 2003) e na teoria de gêneros textuais/discursivos de base sociorretórica, utilizando como categorias analíticas: (i) macroanálise social e textual, em que observamos as dimensões da (inter-)ação discursiva (atividade, relações sociais e tecnologias de comunicação) e (ii) microanálise de significados acionais a partir da intertextualidade. O critério de escolha dos portais de notícia online foi sua ampla divulgação e propagação, já os textos foram selecionados a partir da ferramenta CrowdTangle, sendo levados em consideração: alto índice de engajamento, data da publicação e uso das palavras-chave “breque dos apps” e “paralisação entregadores”. Acreditamos que este estudo pode contribuir para a compreensão do papel social do gênero notícia, discernindo e discutindo os discursos que norteiam as temáticas abordadas e, consequentemente, desvendando os interesses políticos e ideológicos dos portais de comunicação.