EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E OTIMIZAÇÃO TARIFÁRIA EM PROPRIEDADES RURAIS: ESTUDO DE CASO NO OESTE DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-253Palavras-chave:
Análise Tarifária, Avicultura, Energia Rural, Psicultura, Tarifa de Aquicultura NoturnaResumo
A busca por alternativas sustentáveis e economicamente viáveis para o meio rural tem estimulado a adoção de práticas de eficiência energética e otimização tarifária. No Brasil, o custo da eletricidade representa uma das principais limitações à competitividade de pequenos produtores, especialmente nas atividades que demandam alto consumo, como a piscicultura e a avicultura. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a viabilidade técnico-econômica de diferentes modalidades tarifárias e estratégias de racionalização do uso de energia elétrica em uma propriedade rural de pequeno porte localizada no Oeste do Paraná. A metodologia foi dividida em três etapas: (i) levantamento e diagnóstico do consumo energético, a partir das faturas de energia elétrica fornecidas pelo produtor e de observações em campo; (ii) simulação tarifária, comparando as modalidades Convencional, Branca, Azul e Verde, com e sem aplicação da Tarifa de Aquicultura Noturna (TAN); e (iii) cálculo da demanda contratada, conforme a Norma Técnica 841001 da COPEL, para verificar a possibilidade de migração ao Grupo A. Os resultados mostraram que o consumo energético da piscicultura apresenta forte sazonalidade, com picos nos meses de maior temperatura, enquanto a avicultura mantém perfil de consumo estável ao longo do ano. A análise tarifária indicou que, embora a tarifa branca apresente leve vantagem em cenários controlados, a tarifa convencional do Grupo B2 Rural se mantém mais econômica quando considerado o subsídio TAN, gerando economia de até R$ 10.000,00 mensais em períodos de alta demanda. Constatou-se, ainda, que a gestão eficiente da carga, aliada à escolha adequada da modalidade tarifária, reduz significativamente os custos operacionais sem comprometer a produtividade. Esses resultados reforçam o papel da eficiência energética como ferramenta estratégica para a sustentabilidade econômica do agronegócio familiar, além de destacar a importância de políticas públicas e programas de incentivo que ampliem o acesso dos produtores rurais a tarifas especiais e capacitação técnica.
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