UMA ANÁLISE DE INDICADORES DE GOVERNANÇA DIGITAL NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-214Palavras-chave:
Governança Inteligente, Transformação Digital, Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, ISO 37122, Tribunal de Justiça de GoiásResumo
A ausência de gestão integrada e de mecanismos consistentes de governança digital nas cidades brasileiras compromete a efetividade das políticas públicas e afeta a qualidade dos serviços, criando barreiras de transparência, participação e responsividade. Este artigo avalia em que medida o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás incorpora referenciais globais e nacionais de governança pública inteligente, tendo como parâmetros a ISO 37122, o Digital Government Index da OCDE e a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes. A pesquisa utiliza abordagem qualitativa, de caráter exploratório-descritivo, baseada na análise de documentos normativos, painéis de dados e relatórios institucionais do TJGO. Os resultados apontam avanços em três dimensões: transparência orientada por dados, evidenciada pela alta taxa de processos eletrônicos e divulgação de indicadores; participação colaborativa, presente em iniciativas de cocriação como laboratórios de inovação; e responsividade adaptativa, observada no uso de painéis para ajustar recursos de forma dinâmica. Permanecem, contudo, limitações na integração analítica e na implementação do princípio open by default, em razão da ausência de uma taxonomia nacional de dados e da inexistência de rotinas de auditoria algorítmica. Conclui-se que a consolidação da governança inteligente depende da padronização dos dados, do fortalecimento dos mecanismos de controle e da capacitação contínua das equipes; sem esses elementos, a tecnologia tende a reproduzir desigualdades em vez de reduzi-las.
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