A RELAÇÃO ENTRE REDES SOCIAIS, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-209Palavras-chave:
Redes Sociais, Ansiedade, Depressão, Estudantes de PsicologiaResumo
Introdução: Nas últimas décadas, o uso das redes sociais (RS) tem impactado a forma como os indivíduos constroem identidades e relações sociais, suscitando preocupações quanto à sua influência na saúde mental, especialmente em jovens universitários. Objetivo: Este estudo investigou a relação entre o tempo diário de uso das RS e os níveis de ansiedade e depressão em estudantes de Psicologia de uma instituição privada. Método: Participaram 60 alunos, com idades entre 18 e 58 anos, predominantemente do sexo feminino (73%) e jovens adultos (63%). Foram aplicados o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), o Inventário de Depressão de Beck II (BDI-II) e um questionário sociodemográfico com perguntas sobre o tempo médio diário de uso das RS. A análise estatística utilizou a Correlação de Pearson para avaliar as associações entre as variáveis. Resultados: Os resultados mostraram que 47% dos participantes utilizavam as redes sociais por mais de três horas diárias, porém não foi encontrada correlação significativa entre o tempo de uso das RS e os sintomas de ansiedade e depressão. Em contrapartida, houve forte correlação entre ansiedade e depressão (r = 0,73). Discussão: A ausência de relação entre o tempo nas RS e as psicopatologias pode estar relacionada à forma de uso das plataformas e à ausência de linearidade na amostra, além da alta prevalência de uso intenso entre os participantes. Por outro lado, os elevados níveis de ansiedade e depressão refletem o impacto do estresse acadêmico e da vida universitária na saúde mental dos estudantes. Conclusão: Conclui-se que, apesar da hipótese inicial não ter sido confirmada, o estudo reforça a importância do cuidado com a saúde mental na formação universitária, apontando para a necessidade de novas pesquisas que aprofundem a compreensão desse fenômeno.
Downloads
Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. Porto Alegre: Artmed, 2023.
BARRY, C. T. et al. Adolescent social media use and mental health from adolescent and parent perspectives. Journal of Adolescence, v. 61, p. 1–11, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2017.08.005. DOI: https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2017.08.005
BEZERRA, M. L. O.; SIQUARA, G. M.; ABREU, J. N. S. Relação entre os pensamentos ruminativos e índices de ansiedade e depressão em estudantes de psicologia. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, v. 7, n. 2, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v7i2.1906. DOI: https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v7i2.1906
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CensoPsi 2022: CFP divulga os resultados da maior pesquisa sobre o exercício profissional da Psicologia brasileira. 2022. Disponível em: https://site.cfp.org.br/censopsi-2022-cfp-divulga-os-resultados-da-maior-pesquisa-sobre-o-exercicio-profissional-da-psicologia-brasileira/.
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução CNS nº 510, de 07 de abril de 2016. Disponível em: https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/resolucoes/2016/resolucao-no-510.pdf/view.
DANCEY, C.; REIDY, J. Estatística sem matemática para psicologia. Porto Alegre: Penso, 2018.
DE SOUZA, R. R.; MORAES, L. F. Impactos das redes sociais na cultura e saúde mental dos usuários. Revista Tecnologia e Sociedade, v. 17, n. 48, p. 147, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3895/rts.v17n48.12640. DOI: https://doi.org/10.3895/rts.v17n48.12640
DHIR, A. et al. Online social media fatigue and psychological wellbeing—A study of compulsive use, fear of missing out, fatigue, anxiety and depression. International Journal of Information Management, v. 40, p. 141–152, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2018.01.012. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2018.01.012
FERNANDES, M. A. et al. Prevalence of anxious and depressive symptoms in college students of a public institution. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, p. 2169–2175, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0752. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0752
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. Rio de Janeiro: Atlas, 2008.
HOUSE, A. Mood disorders in the physically ill—Problems of definition and measurement. Journal of Psychosomatic Research, v. 32, n. 4, p. 345–353, 1988. Disponível em: https://doi.org/10.1016/0022-3999(88)90017-7. DOI: https://doi.org/10.1016/0022-3999(88)90017-7
JUPP, V. The SAGE Dictionary of Social Research Methods. Los Angeles: SAGE Publications, 2006. DOI: https://doi.org/10.4135/9780857020116
KELES, B.; MCCRAE, N.; GREALISH, A. A systematic review: The influence of social media on depression, anxiety and psychological distress in adolescents. International Journal of Adolescence and Youth, v. 25, n. 1, p. 79–93, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1080/02673843.2019.1590851. DOI: https://doi.org/10.1080/02673843.2019.1590851
KELLY, Y. et al. Social Media Use and Adolescent Mental Health: Findings From the UK Millennium Cohort Study. EClinicalMedicine, v. 6, p. 59–68, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2018.12.005. DOI: https://doi.org/10.1016/j.eclinm.2018.12.005
MCLAFFERTY, M. et al. Mental health, behavioural problems and treatment seeking among students commencing university in Northern Ireland. PloS One, v. 12, n. 12, e0188785, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0188785. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0188785
MOORE, D. S.; MCCABE, G. P. Introduction to the Practice of Statistics. New York: W.H. Freeman and Company, 2003.
MOROMIZATO, M. S. et al. O Uso de Internet e Redes Sociais e a Relação com Indícios de Ansiedade e Depressão em Estudantes de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 41, n. 4, p. 497–504, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-52712015v41n4rb20160118. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-52712015v41n4rb20160118
PARANHOS, R. et al. Desvendando os Mistérios do Coeficiente de Correlação de Pearson: O Retorno. Leviathan (São Paulo), v. 8, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2237-4485.lev.2014.132346. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2237-4485.lev.2014.132346
PEDRELLI, P. et al. College students: Mental health problems and treatment considerations. Academic Psychiatry, v. 39, p. 503–511, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s40596-014-0205-9. DOI: https://doi.org/10.1007/s40596-014-0205-9
PITEO, E. M.; WARD, K. Review: Social networking sites and associations with depressive and anxiety symptoms in children and adolescents – a systematic review. Child and Adolescent Mental Health, v. 25, n. 4, p. 201–216, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1111/camh.12373. DOI: https://doi.org/10.1111/camh.12373
RHEINGOLD, H. A comunidade virtual. Porto Alegre: Gradiva, 1996.
SANCHES, A. C. D. et al. Identificando fatores que influenciam a depressão na adolescência. Revista Remecs, v. 9, 2019. Disponível em: https://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/194. DOI: https://doi.org/10.24281/rremecs.2019.05.27a31.IIspccs2.9
SANTOS, G.; SILVA, M. Depressão na adolescência relacionada ao advento das mídias sociais na contemporaneidade. Revista Ensino de Ciências e Humanidades - RECH, v. 5, n. 1, p. 174–193, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/rech/article/view/8473/6032.
SCRIMIM, N. D.; GALLO, S. As redes sociais e a constituição dos sujeitos contemporâneos: Um instrumento biopolítico? Horizontes, v. 37, e019020, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.24933/horizontes.v37i0.779. DOI: https://doi.org/10.24933/horizontes.v37i0.779
SILVA E SILVA, T. O colorismo e suas bases históricas discriminatórias. Direito UNIFACS–Debate Virtual, n. 201, 2017. Disponível em: https://revistas.unifacs.br/index.php/redu/article/view/4760.
SILVA, A. F. de S.; JAPUR, C. C.; PENAFORTE, F. R. de O. Repercussions of Social Networks on Their Users’ Body Image: Integrative Review. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 36, e36510, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102.3772e36510. DOI: https://doi.org/10.1590/0102.3772e36510
TELLES-CORREIA, D.; BARBOSA, A. Anxiety and Depression in Medicine: models and measurement. Acta Médica Portuguesa, v. 22, n. 1, p. 89–98, 2009. Disponível em: https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/1680.
VALKENBURG, P. M.; MEIER, A.; BEYENS, I. Social media use and its impact on adolescent mental health: An umbrella review of the evidence. Current Opinion in Psychology, v. 44, p. 58–68, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.copsyc.2021.08.017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.copsyc.2021.08.017
VALKENBURG, P. M.; PETER, J. Five Challenges for the Future of Media-Effects Research. International Journal of Communication, v. 7, p. 19, 2013. Disponível em: https://ijoc.org/index.php/ijoc/article/view/1962/849.
VALKENBURG, P. M.; VAN DRIEL, I. I.; BEYENS, I. The associations of active and passive social media use with well-being: A critical scoping review. New Media & Society, v. 24, n. 2, p. 530–549, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1177/14614448211065425. DOI: https://doi.org/10.1177/14614448211065425
VALL-ROQUÉ, H.; ANDRÉS, A.; SALDAÑA, C. The impact of COVID-19 lockdown on social network sites use, body image disturbances and self-esteem among adolescent and young women. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry, v. 110, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2021.110293. DOI: https://doi.org/10.1016/j.pnpbp.2021.110293
VAZ, P. Mediação e tecnologia. Revista Famecos, v. 8, n. 16, p. 45–59, 2001. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2001.16.3137