“NA LEOPOLDINA EM CADA ESQUINA QUEM DOMINA É O BONSUCESSO”: HISTÓRIA E SIMBOLOGIA DOS HINOS DO BONSUCESSO FUTEBOL CLUBE

Autores

  • Bruno Castro Autor
  • Giovanni Rafael Romano Valladão Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n9-230

Palavras-chave:

Futebol, Bonsucesso Futebol Clube, História, Hinos

Resumo

Este artigo analisa os hinos do Bonsucesso Futebol Clube (BFC) como artefatos culturais centrais na construção de sua identidade. O primeiro hino de 1921, que teve sua letra escrita por Noemia de Castro, e melodia baseada na “Canção do Marinheiro”, é compreendido como documento histórico de ascensão do clube à elite do futebol carioca, com melodia marcial e letra histórico-narrativa que expressam o orgulho da comunidade suburbana da Leopoldina. Em contraponto, o Hino Popular de Lamartine Babo (1949) insere o BFC no imaginário cultural carioca por meio de uma melodia popular, de marchinha carnavalesca, e de letra histórico-narrativa que exalta a figura de Leônidas da Silva e traduz a irreverência da cultura popular. Por sua vez, o Hino do Centenário (2013), de Beca Lopes, apresenta melodia popular e letra histórico-narrativa, reafirmando a resistência e o pertencimento da agremiação em sua trajetória centenária. Em conjunto, essas composições revelam dimensões complementares da identidade rubro-anil: solenidade histórica, integração festiva e resistência contemporânea. A análise evidencia como os hinos funcionam como instrumentos de coesão simbólica, veículos de memória social e expressões do patrimônio imaterial do clube e de sua comunidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ABREU, Maurício de Almeida. De arrabaldes a subúrbios: a cidade do Rio de Janeiro e seu papel na organização do território carioca. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2010.

BUARQUE DE HOLLANDA, Bernardo Borges. A star player and the world of goods: soccer and consumption in the 1930s–40s. Sociologia & Antropologia, v. 8, n. 2, p. 493-523, 2018.

DEPOIMENTO PESSOAL. Flávio Guilherme Paraense, 2025.

FRANZINI, Fábio. O Brasil nas Olimpíadas: dos pioneiros aos heróis nacionais. Rio de Janeiro: Editora Olímpica, 2020.

FREITAS, Gustavo Cerqueira. Uma análise acerca do conteúdo dos hinos oficiais e populares dos clubes brasileiros. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 5, n. 12, p. 1-15, 2019.

GUEDES, Simoni Lahud. O Brasil no campo de futebol: estudos antropológicos sobre os significados do futebol brasileiro. Niterói: EdUFF, 1998.

HELAL, Ronaldo; GORDON, Cesar; BUARQUE DE HOLLANDA, Bernardo. A invenção do país do futebol: mídia, raça e idolatria. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.

MEDEIROS, Ana Carolina de Souza. A mestiçagem nas imagens de Leônidas da Silva nas Copas do Mundo. FULIA/UFMG, v. 3, n. 1, p. 70-85, 2018.

LIMA, Maurício Ferreira de. Uma geografia do esporte: clubes de iatismo da Zona da Leopoldina (1941-1954). GEOUSP – Espaço e Tempo, v. 24, n. 3, p. 435-450, 2020.

OLIVEIRA, Bernardo Borges Buarque de. Para o bairro, para o subúrbio, para a nação: a experiência náutica do Olaria Atlético Clube (1915-1930). Tempos Históricos, v. 28, n. 2, p. 366-396, 2024.

PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. Footballmania: uma história social do futebol no Rio de Janeiro, 1902-1938. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

RIBEIRO, Felipe; PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. O futebol latino no Rio de Janeiro: visões suburbanas sobre o Campeonato Sul-Americano de 1919. Recorde: Revista de História do Esporte, v. 17, n. 2, p. 1-20, 2024.

RIO DE JANEIRO (Estado). Assembleia Legislativa. Projeto de Lei nº 6.047/2022. Reconhece o BFC como patrimônio cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2022.

RODRIGUES, Ricardo. A experiência do Ciclo Suburbano Clube (Madureira/RJ). Revista Movimento, v. 21, n. 4, p. 1015-1032, 2015.

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Futebol e representação animal: os mascotes no imaginário esportivo brasileiro. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 27, n. 3, p. 91-108, 2006.

SILVA, José Carlos; MENDONÇA, Maria Aparecida. Uma análise dos hinos dos clubes esportivos brasileiros. Ciência & Cultura, v. 60, n. 4, p. 34-37, 2008.

SILVA, Rodrigo Saturnino. Futebol e cultura visual: a construção da figura do craque – Marcos Carneiro & Leônidas. 2019. 264 f. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

SOUZA, Bruno de Castro. Hinos oficiais e hinos populares como representações simbólicas dos principais clubes de futebol do Rio de Janeiro: a contribuição de Lamartine Babo. 2009. 211 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Motricidade Humana) – Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2009.

TEIXEIRA, Chandy; SCHMIDT, Tébaro; GARCIA, Gustavo. Histórias Incríveis: o mito Leônidas, diamante da bola, batiza chocolate. GloboEsporte.com, 6 set. 2013. Disponível em: https://ge.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/09/historias-incriveis-o-mito-leonidas-diamante-da-bola-batiza-chocolate.html

TOLEDO, Luiz Henrique de. Torcer: a metáfora da paixão. São Paulo: Annablume, 2002

TUBINO, Manoel José Gomes; SOUZA, Bruno Castro de; VALLADÃO, Rafael. Uma análise acerca do conteúdo dos hinos oficiais e populares dos principais clubes cariocas de futebol da Primeira República ao Estado Novo. Fitness & Performance Journal, v. 8, n. 1, p. 56-67, 2009.

VALENÇA, Suetônio Soares. Tra-la-lá: vida e obra de Lamartine Babo. Rio de Janeiro: Agir, 1974.

Downloads

Publicado

2025-10-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

CASTRO, Bruno; VALLADÃO, Giovanni Rafael Romano. “NA LEOPOLDINA EM CADA ESQUINA QUEM DOMINA É O BONSUCESSO”: HISTÓRIA E SIMBOLOGIA DOS HINOS DO BONSUCESSO FUTEBOL CLUBE. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 9, p. e8953, 2025. DOI: 10.56238/arev7n9-230. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/8953. Acesso em: 5 dez. 2025.