ACHADO INCIDENTAL DE NEOPLASIA DE RETROPERITÔNIO: UM RELATO DE CASO

Resumo

Apresentação do caso:Paciente sexo feminino, 40 anos, procurou atendimento devido fratura de cóccix, com achado incidental de tumoração em retroperitônio. Para investigação histológica da lesão, foi indicada biópsia guiada por tomografia computadorizada (TC), porém não foi possível prosseguir devido a interposição de alças intestinais, indicado procedimento cirúrgico, realizado então a linfadenectomia retroperitoneal, retirada de tumor de retroperitônio e omentectomia. O procedimento ocorreu sem intercorrências, a paciente teve alta no 5° dia, sendo encaminhada à seguimento ambulatorial, retorno consultório com diagnóstico anatomopatológico de cisto benigno não neoplásico.Discussão:Os tumores retroperitoneais são silenciosos, sendo muitas vezes detectadas de maneira incidental durante a investigação de outras condições clínicas como no caso apresentado. A TC é o exame de escolha na avaliação inicial das massas retroperitoneais por permitir análise detalhada da extensão da lesão, sua relação com estruturas adjacentes e características morfológicas sugestivas de benignidade ou malignidade. No presente caso, a TC foi fundamental para a localização precisa da lesão e orientação da conduta diagnóstica subsequente. A confirmação histológica é essencial para a elucidação diagnóstica e direcionamento terapêutico, sendo a biópsia percutânea guiada por TC a principal escolha, especialmente em pacientes assintomáticos e com lesões acessíveis. No entanto, a literatura ressalta que a presença de estruturas interpostas podem representar uma limitação significativa, aumentando também o risco de complicações. Nesses casos, a conversão para abordagem cirúrgica é indicada, sendo esta conduta adotada no caso, com conversão para biópsia aberta após identificação intraoperatória de alça interposta, procedimento que culminou na realização de outros procedimentos. O tratamento cirúrgico é considerado o pilar terapêutico no manejo de massas retroperitoneais, especialmente quando há suspeita de neoplasia ou quando o diagnóstico permanece indefinido. Embora o diagnóstico anatomopatológico tenha revelado tratar-se de um cisto benigno não neoplásico, a conduta adotada foi justificável diante das limitações técnicas da biópsia percutânea, da localização da lesão e da necessidade de exclusão de patologias malignas.Comentáriosfinais:Conclui-se que os tumores retroperitoneais (TRPs) representam um desafio clínico e diagnóstico devido a sua localização anatômica profunda e apresentação clínica inespecífica.Ressalta-se a importância da abordagem individualizada, especialmente em casos raros e com apresentações clínicas atípicas