PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NECRÓPSIAS DO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO EM PORTO ALEGRE

Autores

  • Adriana Ubirajara Silva Petry Autor
  • Ana Eduarda Mendel Schneider Autor
  • Bruno Gernhardt Teneos Autor
  • Lucas Correa Mendes Silva Autor
  • Paula Flores Schlickmann Autor
  • Alexsandro Pinto Gonzaga Autor
  • Francisco Paz de Menezes Autor
  • Helena Terezinha Hubert Silva Autor
  • Adriana Vial Roehe Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n10-002

Palavras-chave:

Necrópsia, Causas de Morte, Perfil Epidemiológico, Patologia, Morte

Resumo

Introdução: A análise da mortalidade é crucial para a saúde pública, pois contribui para a vigilância epidemiológica e o planejamento de estratégias de saúde. Nesse contexto, os Serviços de Verificação de Óbito (SVO) foram criados para determinar a causa de mortes naturais sem diagnóstico definido, usando exames de necrópsia para elucidar as causas da morte. O SVO é fundamental para traçar o perfil epidemiológico da população e, assim, orientar políticas públicas que visem à redução da mortalidade e à promoção da saúde. Este estudo teve como objetivo identificar as principais causas de óbito e o perfil epidemiológico da população atendida pelo SVO da Associação Hospitalar Vila Nova em Porto Alegre. Material e Métodos: A metodologia utilizada foi um estudo transversal e retrospectivo, analisando relatórios de 228 necrópsias e declarações de óbito realizadas entre 2021 e 2024. Todos os casos de necrópsia foram autorizados por familiares ou responsáveis legais. As variáveis analisadas incluíam sexo, idade, naturalidade, estado civil, escolaridade, ocupação, local do óbito, causas de morte (CID-10), comorbidades, e resultados de exames laboratoriais e toxicológicos. Resultados: Os resultados mostraram que a maioria dos casos era de homens (65,2%), com a faixa etária mais comum sendo a de 50 a 69 anos (40,4%). A principal causa de morte (71,92%) foram doenças do aparelho circulatório, geralmente resultantes de infarto agudo do miocárdio. Discussão: A análise necroscópica se mostrou eficaz para diagnosticar as causas de morte. A alta prevalência de mortes por doenças crônico-degenerativas em adultos e idosos ressalta a necessidade de ações preventivas e de promoção à saúde. Conclusão: Embora o SVO de Porto Alegre tenha uma baixa cobertura, os dados epidemiológicos coletados são uma fonte confiável para análise da mortalidade, auxiliando na identificação de problemas de saúde coletiva e na formulação de políticas públicas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

1 Laurenti R, Jorge MHPM, Gotlieb SLD. A confiabilidade dos dados de mortalidade e morbidade por doenças crônicas não transmissíveis. Ciência Saúde Coletiva. 2004;9(4):909–20. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232004000400012

2 Ministério da Saúde. Manual para Investigação do Óbito com Causa Mal Definida Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

3 Ministério da Saúde [Internet]. bvsms.saude.gov.br. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt1405_29_06_2006.html.

4 Araujo Neto FB, Felix GC, Macedo JAM, Brito LA, Inácio NTD, Sousa PSS. Estatísticas de mortalidade a partir de autópsias realizadas em um Serviço de Verificação de Óbitos. Id on Line Revista de Psicologia. Novembro de 2011, vol.1, no.15, p.31-36. ISSN 1981-1189. DOI: https://doi.org/10.14295/idonline.v5i15.19

5 Burton JL, Underwood J. Clinical, educational and epidemiological value of autopsy. Lancet. 2007: p. 1471-80. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(07)60376-6

6 Oluwasola OA, Fawole OI, Otegbavo AJ, Ogun GO, Adebamowo CA, Bamigboye AE. The autopsy - knowledge, attitude, and perceptions of doctors and relatives of the deceased. Archives of Pathology & Laboratory Medicine. 2009: p. 78-82. DOI: https://doi.org/10.5858/133.1.78

7 Chor D, Duchiade MP, Jourdanet AMF. Diferencial de mortalidade em homens e mulheres em localidade da Região Sudeste, Brasil - 1960, 1970 e 1980. Rev Saúde Pública 1992; 26:246-55. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89101992000400006

8 Silva LE, Freire FHMA, Pereira RHM. Diferenciais de mortalidade por escolaridade da população adulta brasileira, em 2010. Cadernos de Saúde Pública. 2016;32(4). DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00019815

9 Gomes MMF, Turra CM, Fígoli MGB, Duarte YAO, Lebrão ML. Associação entre mortalidade e estado marital: uma análise para idosos residentes no Município de São Paulo, Brasil, Estudo SABE, 2000 e 2006. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29(3):566-578, mar, 2013 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000300014

10 Hu Y, Goldman N. Mortality differentials by marital status: an international comparison. Demography 1990; 27:233-50. DOI: https://doi.org/10.2307/2061451

11 Lillard LA, Panis CW. Marital status and mortality: the role of health. Demography 1996; 33:313-27. DOI: https://doi.org/10.2307/2061764

12 Murphy M, Grundy E, Kalogirou S. The increase in marital status differences in mortality up to the oldest age in seven European countries, 1990-99. Popul Stud 2007; 61:287-98. DOI: https://doi.org/10.1080/00324720701524466

13 Johnson NJ, Backlund E, Sorlie PD, Loveless CA. Marital status and mortality: the national longitudinal mortality study. Ann Epidemiol 2000; 10: 224-38. DOI: https://doi.org/10.1016/S1047-2797(99)00052-6

14 Goldman N, Korenman S, Weinstein R. Marital status and health among the elderly. Soc Sci Med 1995; 40:1717-30 DOI: https://doi.org/10.1016/0277-9536(94)00281-W

15 Messias E. Income inequality, illiteracy rate, and life expectancy in Brazil. Am J Public Health 2003; 93:1294-6. DOI: https://doi.org/10.2105/AJPH.93.8.1294

16 Périssé G, Medronho RA, Escosteguy CC. Espaço urbano e a mortalidade por doença isquêmica do coração em idosos no Rio de Janeiro. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2010 Apr;94(4):463–71. DOI: https://doi.org/10.1590/S0066-782X2010005000009

17 Sewdas R, Wind A, Stenholm S, Coenen P, Louwerse I, Boot C, et al. Association between retirement and mortality: working longer, living longer? A systematic review and meta-analysis. Journal of Epidemiology and Community Health. 2020 Feb 20;74(5):473–80. DOI: https://doi.org/10.1136/jech-2019-213023

18 Sales Filho R. A necrópsia clínica - Interfaces epidemiológicas e didáticas João Pessoa: Mídia Gráfica e Editora; 2014.

19 Abreu SLLA, Abreu JDMF, Branco MRFC, Santos AM. Óbitos Intra e Extra-Hospitalares por Infarto Agudo do Miocárdio nas Capitais Brasileiras. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2021;117(2):319–26. Available from: https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-117-02-0319/ 0066-782X-abc-117-02-0319.x44344.pdf. DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20200043

20 Jiménez A, Saldívar C, Pérez A, Ramirez P. Importancia de los componentes bioquímicos de humor vítreo en patología forense. Revista de la Alta Tecnología y la Sociedad. 2011.

21 Tanindi A, Cemri M. Troponin elevation in conditions other than acute coronary syndromes. Vascular Health and Risk Management. 2011 Sep;7:597. DOI: https://doi.org/10.2147/VHRM.S24509

22 Carvalho R. Hemoculturas pré e post-mortem em um hospital de ensino da cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; 2006.

23 Qureshi AI, Chaudhry SA, Suri MF. Cocaine use and the likelihood of cardiovascular and all-cause mortality: data from the Third National Health and Nutrition Examination Survey Mortality Follow-up Study. J Vasc Interv Neurol. 2014 May;7(1):76-82. PMID: 24920992; PMCID: PMC4051909.

24 Associação Médica Brasileira. Abuso e dependência de cocaína [Internet]. Available from:

https://amb.org.br/wp-content/uploads/2021/09/ABUSO-E-DEPENDENCIA-DE-COC AINA-FINAL-2016.pdf.

25 Boing AF, Boing AC. Modestos avanços, persistentes desigualdades: mortalidade de crianças no Brasil de 2010 a 2022. Rev Saude Pub [Internet]. 2025 Jul 7 [cited 2025 Jul 21];59. Available from: https://rsp.fsp.usp.br/wp-content/plugins/xml-to-html/include/lens/index.php/?xml=15 18-8787-rsp-59-e18.xml. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2025059006452

26 Malta DC, Duarte EC, Almeida MF, Dias MAS, Neto OLM, Moura L, et al. Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saude. 2007 Dec;16(4). DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742007000400002

27 Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saude 2010; 19(2): 173-6.

28 Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. Boletim IEPS Data n. 1/2023 Mortalidade e Morbidade. Boletim IEPS [Internet]. 2023 Jul 29 [cited 2025 Jul 20];1:1–6. Available from: file:///C:/Users/USER/Downloads/boletim-IEPS-data-1-mortalidade-morbidade.pdf.

29 Connoly AJ, Finkbeiner WE, Ursell PC, Davis RL. Autopsy pathology: A manual and atlas. 3rd ed. Philadelphia: Elsevier; 2016.

30 Combes A, Mokhtari M, Couvelard A, Trouillet JL, Baudot J, Hénin D, et al. Clinical and autopsy diagnoses in the intensive care unit: a prospective study. Arch Intern Med. 2004;164:389-92. DOI: https://doi.org/10.1001/archinte.164.4.389

31 Openai. ChatGPT:modelo de linguagem treinado pela OpenAI. Revisão textual. Disponível em: https://chat.openai.com. Acesso em: 01 set.2025.

Downloads

Publicado

2025-10-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

PETRY , Adriana Ubirajara Silva; SCHNEIDER, Ana Eduarda Mendel; TENEOS, Bruno Gernhardt; SILVA, Lucas Correa Mendes; SCHLICKMANN, Paula Flores; GONZAGA, Alexsandro Pinto; DE MENEZES, Francisco Paz; SILVA, Helena Terezinha Hubert; ROEHE, Adriana Vial. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NECRÓPSIAS DO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITO EM PORTO ALEGRE. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 10, p. e8613, 2025. DOI: 10.56238/arev7n10-002. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/8613. Acesso em: 5 dez. 2025.