O CASO DOMINIC ONGWEN NO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL: ALGOZ OU VÍTIMA?
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-040Palabras clave:
Responsabilidade Internacional, Tribunal Penal Internacional, Direitos Humanos, Dominic Ongwen, Crimes de GuerraResumen
O artigo objetiva analisar o caso Dominic Ongwen, em julgamento no Tribunal Penal Internacional da investigação com enfoque na dualidade de atuação do réu tanto como vítima como acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, ensejando a reflexão sobre a possibilidade de sua condenação à luz do princípio da prevalência dos direitos humanos. O tema proposto se insere a partir do conceito de responsabilidade internacional, destacando-se a distinção entre responsabilidade internacional dos Estados e dos indivíduos, demonstrando as violações de direitos humanos de que o acusado foi vítima, bem como as circunstâncias em que teria cometido os crimes pelos quais responde. A metodologia adotada foi uma pesquisa bibliográfica de natureza teórica, descritiva e analítica com abordagem qualitativa. Conclui-se que o sistema internacional de justiça terá um desafio para decidir a real situação de Dominic Ongwen: como vítima, não poderia estar sendo julgado e teria direito a receber indenização; como criminoso pode ser condenado a uma longa pena. Trata-se de um dilema cuja solução é desafiadora e complexa, embora aguardada com muito interesse pela comunidade internacional. Em caráter preliminar pode-se depreender, contudo, que, se não é possível, por enquanto concluir pela existência de um excludente de culpabilidade que imponha a absolvição do acusado, tampouco deve deixar de ser considerado o fato de seu sequestro ainda criança, pelo grupo rebelde Lord’s Resistance Army que posteriormente passou a integrar, como ao menos um atenuante em caso de eventual condenação.
Descargas
Referencias
AMBOS, Kai. “Proteção de Direitos Humanos e internacionalização do Direito Penal”. In Desenvolvimentos atuais das ciências criminais na Alemanha. Gazeta Jurídica. 2013, pp. 206/207.
BRANCH, Adam. Dominic Ongwen on Trial: The ICC’s African Dilemmas. International Journal of Transitional Justice, n. 11, Oxford, 2017, p. 30–49. DOI: https://doi.org/10.1093/ijtj/ijw027
BUCCI, Daniela; KOCH, Camila de Oliveira. A responsabilidade internacional do Estado por violação de direitos humanos por ato de particular: o caso Maria da Penha. ARACÊ – Direitos Humanos em Revista, ano 1, n. 1, jun. 2014. DOI: https://doi.org/10.5585/rdb.v1i1.63
CARVALHO, Salo de. “Os fundamentos do Tribunal Penal Internacional e sua incorporação no Direito interno brasileiro”. In Revista Jurídica, n. 337, novembro 2005, p. 77-98.
CASSESE, Antônio; DELMAS-MARTY, Mireille. Crimes Internacionais e Jurisdições Internacionais. São Paulo: Manole, 2004.
International Criminal Court – Public Information and Documentation Section (ICC-PIDS). Question and Answers – The Prosecutor v. Dominic Ongwen (ICC-PIDS Q&A No. 11, November 2016). Haia: International Criminal Court, 2016. Disponível em: https://www.icc-cpi.int/iccdocs/PIDS/publications/OngwenQA-11-2016-ENG.pdf. Acesso em: 26 ago. 2025.
JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano; ADRIANO, Alexandra Rosa. “O Tribunal Penal Internacional: dificuldades para sua implementação no Brasil”. In Revista da Faculdade de Direito Candido Mendes. v. 10, Rio de Janeiro, 2005, p. 107-128.
MALU, Linus Nnabuike. The International Criminal Court and conflict transformation in Uganda: Views from the field. African Journal on Conflict Resolution, v. 15, n. 2, 2015, p. 81-103. Disponível em: <https://www.icc-cpi.int/uganda/ongwen>. Acesso em 07 de junho de 2019.
MINAHIM, Maria Auxiliadora de Almeida; SPÍNOLA, Luíza Moura Costa. Julgamento de uma ex-criança-soldado pelo tribunal penal internacional: o caso dominic ongwen. Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFBA, v. 28, n. 01, jan./jun. 2018, p. 197-225. DOI: https://doi.org/10.9771/rppgd.v28i1.27044
NEUMANN, Franz. The Nazi Behemoth: Book Review of Franz Neumann’s Behemoth: The Structure and Function of National Socialism (1933-1944). In: Power, Politics & People: The Collected Essays of C.Wright Mills. ed. Irving Louis Horowitz, London, Oxford, New York: Oxford Univ. Press, 1967, pp. 170-178.
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 3. Ed. Salvador: Editora Juspodium, 2012.
RIBEIRO, Manuel de Almeida. “Intervenção de Abertura”. In Questões de responsabilidade internacional. SPDI-Sociedade Portuguesa de Direito Internacional: Minho, 2016, p. 3-8.
RUNCIMAN, David. Political hypocrisy: the mask of power, from Hobbes to Orwell and beyond. Princeton: Princeton University Press, 2008. DOI: https://doi.org/10.1515/9781400828197
SILVA, Pablo Rodrigo Alflen da. “A implementação do Estatuto de Roma no âmbito interno brasileiro ante as recentes movimentações no Tribunal Penal Internacional”. In Revista Prismas: Direito, Políticas Públicas e Mundial. v. 6, n. 02, jul/dez 2009, p. 379-398.
SSENYONJO, Manisuli. State withdrawal notifications from the Rome statute of the international criminal court: South Africa, Burundi and the Gambia. Criminal Law Forum, n. 29, 2018, p. 63-119. 17 SILVA, Pablo Rodrigo Alflen da. “A implementação do Estatuto de Roma no âmbito interno brasileiro ante as recentes movimentações no Tribunal Penal Internacional”. In Revista Prismas: Direito, Políticas Públicas e Mundial. v. 6, n. 02, jul/dez 2009, p. 379-398. DOI: https://doi.org/10.5102/prismas.2010.06.2.07
