BASES TEÓRICAS/IDEOLÓGICAS DA CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS: NEOINSTITUCIONALISMO, NEODESENVOLVIMENTISMO E NEOASSISTENCIALISMO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n9-065Palavras-chave:
Reforma da Educação Profissional e Tecnológica, Desenvolvimento Econômico, Políticas Educacionais, Institutos FederaisResumo
O estudo analisa as bases teóricas que conduziram ideologicamente a “reforma” da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica no Brasil no período de 2004 a 2008. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de enfoque qualitativo com uso de pesquisa bibliográfica e documental como estratégia de levantamento e exposição de dados. Os resultados indicam que as transformações dos modelos de escolas federais, colégios de aplicação e centros federais de educação em institutos federais através da agregação destas instituições com finalidades e públicos diferentes é fruto de uma nova institucionalidade que é tangenciada pelo modelo neodesenvolvimentista e neoinstitucionalista e materializa-se como política neoassistencialista. Por fim, os IFs têm um novo institucionalismo caracterizado como organização híbrida em que o neodesenvolvimentismo se manifesta principalmente no modo como se alinham aos arranjos produtivos locais e em que o neoassistecialismo é resultante da expansão dessas instituições, e pela oferta de educação profissional e tecnológica focada em cursos e programas específicos aos grupos mais vulneráveis economicamente da sociedade brasileira.
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