O NIILISMO AMAZÔNICO: NIETZSCHE, FREUD E DALCÍDIO JURANDIR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n8-121Palavras-chave:
Niilismo, “Morte de Deus”, Amazônia, BelémResumo
Propõe-se, neste artigo, analisar o romance Belém do Grão Pará, de Dalcídio Jurandir, em que são narradas as primeiras experiências de Alfredo na cidade, especialmente aquelas que despertam o deslumbramento seguido pelo sentimento de desamparo. Este conflito de sentimentos contraditórios é interpretado como uma experiência niilista. Entende-se este tipo de niilismo, vivenciado pelos personagens literários de Jurandir, como “sintoma” da negação dos valores coloniais. De acordo com a análise filosófica desses personagens, o niilismo pode ser compreendido como um fenômeno epidêmico de origem europeia, descrito por Nietzsche, na sua metáfora da “morte de Deus”, mas foi transmitido aos habitantes da Amazônia, a partir do processo de descolonização, que se inicia na passagem do século XIX para o século XX. E, o epicentro de seu desenvolvimento é a moderna cidade de Belém do Pará.
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