PRECARIEDADE E SUBVERSÃO FEMININA NA AMAZÔNIA DE DALCÍDIO JURANDIR
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n8-122Palavras-chave:
Metáfora, Gênero, Patriarcado, Subversão FemininaResumo
Pretendo, neste artigo, realizar uma análise filosófica de duas metáforas de Dalcídio Jurandir. A primeira delas está no romance, Chove nos campos de Cachoeira, que denomino “A metáfora do crucifixo e os arranha-céus”. Trata-se da descrição do quarto onde vive, em condições precárias, a prostituta Felícia. A segunda metáfora, que denomino “A metáfora do corpo herético”, é descrita no romance Marajó, quando Jurandir narra, por meio do personagem Ramiro, a relação sexual de Orminda com o sacristão, na torre da igreja. A partir da análise dessas duas metáforas, viso realizar uma reflexão filosófica sobre a questão do gênero e do patriarcado, tendo como fundamento teórico a concepção de corpo performativo segundo Butler, de gênero como fora do olhar principal de acordo com Fraisse, dos mecanismos simbólicos de dominação conforme Bourdieu e da semiótica do corpo-política segundo Kristeva.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES, Poética. Tradução: Eudoro de Sousa. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2003.
BLUMENBERG, Hans. Paradigmas para uma metaforología. Madri. Editora Trotta: 2003.
BOUDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertran Brasil, 2002.
BUTLER, Judith. Desfazendo gênero. São Paulo: Editora Unesp, 2022.
__. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
JURANDIR. Dalcídio. Chove nos campos de Cachoeira. 8. ed., Bragança, Pará.grafo Editora, 2019.
___. Marajó. 4. ed., Belém, EDUFPA; Rio de Janeiro, Casa Rui Barbosa, 2008.
FRAISSE, Geneviève. Los excesos del género:. concepto, imagén e desnudez. Madrid: Ediciones Catedra, 2016.
LAKOFF, George y JOHNSON, Mark. Metáforas de la vida cotidiana. Madri. Ediciones Cátedra: 2009.
NIETZSCHE, Friedrich. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. São Paulo: Nova Cultural, 1996 (Coleção Os pensadores)
KRISTEVA, Júlia. Introdução à Semanálise. São Paulo, Perspectiva, 2012.