O CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SOBRE A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTOJUVENIL NO MUNICÍPIO DE TIANGUÁ-CE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-282Palavras-chave:
Abuso Sexual na Infância, Estratégia Saúde da Família (ESF), Manifestações Bucais, Notificação de Abuso, Odontologia em Saúde PúblicaResumo
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência sexual infantojuvenil é uma grave violação dos direitos humanos. Esse tipo de violência engloba qualquer forma de abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes. Como consequência, as vítimas podem enfrentar graves problemas de saúde. Estudos afirmam que metade das vítimas de abuso sexual apresentam sinais na região de cabeça, pescoço e na cavidade oral, como ferimentos ou manifestações de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Perante o exposto, o cirurgião-dentista desempenha um papel crucial para a identificação de possíveis vítimas. Contudo, a falta de preparo e o desconhecimento sobre a conduta profissional adequada, podem levar à omissão ou ao descumprimento da obrigação legal de notificar os casos suspeitos, resultando em uma realidade de subnotificação da violência. Este estudo é do tipo transversal, com caráter descritivo e exploratório, que combina abordagens qualitativa e quantitativa, com o objetivo de entender o conhecimento dos cirurgiões-dent és istas sobre a identificação e notificação de casos suspeitos de violência sexual infantojuvenil, com intuito de investigar as principais barreiras enfrentadas por esses profissionais. Os resultados revelam que apesar do reconhecimento da responsabilidade profissional e da disposição para se capacitar, a ausência de treinamentos e o desconhecimento da rede de proteção comprometem a atuação adequada frente a casos de violência. Portanto, conclui-se que é essencial investir na formação inicial e permanente dos cirurgiões-dentistas, além de fortalecer a articulação entre os serviços de saúde e os órgãos de proteção à infância e adolescência.