HESITAÇÃO VACINAL NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA E SUA INFLUÊNCIA NA VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE ATÉ DOIS ANOS DE IDADE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-165Palavras-chave:
Hesitação vacinal, Imunopreveníveis, Cobertura vacinalResumo
A baixa cobertura vacinal tem gerado preocupações nos sistemas de saúde em todo o mundo, devido ao risco de reemergência de doenças já eliminadas. Um dos principais fatores que contribuem para essa baixa cobertura é a hesitação vacinal, definida como o atraso ou recusa em aceitar vacinas recomendadas, mesmo quando estas estão disponíveis. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi analisar a hesitação vacinal na Região Metropolitana da Baixada Santista e sua influência na vacinação de crianças de até dois anos de idade. Este estudo epidemiológico transversal foi realizado por meio de um inquérito domiciliar sobre a cobertura vacinal infantil (0 a 2 anos) nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista. A amostra probabilística incluiu 831 participantes, com nível de significância de 5% e poder de 80%, e o levantamento ocorreu entre novembro de 2020 e abril de 2022. A análise utilizou testes de associação e a escala Likert para medir o grau de hesitação vacinal. Os resultados indicam que 74% dos respondentes eram mães, com maioria de escolaridade de ensino médio completo ou superior incompleto (54%), idade entre 30 e 39 anos (44,5%), e 53,5% trabalhando fora do lar. As crianças eram majoritariamente brancas (56,2%) e levadas pelas mães para vacinar (77,3%), sendo as Unidades Básicas de Saúde (UBS) o principal local de vacinação (92,4%). Além disso, 16,8% dos respondentes afirmaram que a pandemia de Covid-19 influenciou a não aplicação de vacinas. A análise indicou associação significativa (p<0,05) entre hesitação vacinal e as áreas geográficas da região. A Área Norte apresentou o maior percentual de hesitação vacinal, embora a hesitação tenha sido significativa em todas as áreas. Os testes de múltiplas comparações de Bonferroni e Kruskal-Wallis revelaram diferenças entre as regiões em termos de hesitação vacinal. Com base no conceito de vulnerabilidade de Ayres, que considera a interação entre fatores individuais, sociais e programáticos, o estudo destaca que a hesitação vacinal na região é multifacetada. Fatores que se enquadram nos 5Cs (Confiança, Complacência, Conveniência, Cálculo e Responsabilidade Coletiva) foram identificados em todas as áreas. Portanto, o combate à hesitação vacinal deve envolver estratégias territorialmente adaptadas, considerando as especificidades regionais e culturais para promover maior aceitação das vacinas.