A SAÚDE COLETIVA NO COTIDIANO DA ATENÇÃO BÁSICA: PRÁTICAS, SABERES E DESAFIOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n6-114Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Saúde Coletiva, Sistema Único de Saúde, Educação Popular em Saúde, Práticas IntegrativasResumo
A Atenção Primária à Saúde (APS), estruturada como base do Sistema Único de Saúde, representa um território privilegiado de atuação da Saúde Coletiva, reunindo práticas clínicas, educativas e comunitárias que se articulam no enfrentamento das desigualdades sociais e sanitárias. Este estudo, de natureza bibliográfica e narrativa, teve por objetivo analisar criticamente os desafios, saberes e experiências que conformam o cotidiano da APS no Brasil, a partir da leitura interpretativa de doze documentos acadêmicos e institucionais publicados entre 2022 e 2025. Os resultados apontam que, embora os marcos normativos reafirmem os princípios da universalidade, integralidade e equidade, a realidade cotidiana das equipes de saúde permanece tensionada por precarização do trabalho, descontinuidade das políticas públicas, ausência de educação permanente e baixa valorização dos saberes populares e práticas integrativas. Constatou-se ainda que a efetivação de uma APS emancipadora exige o reconhecimento da complexidade dos territórios, a valorização da escuta qualificada e a reconfiguração das relações entre Estado, profissionais e comunidade. Conclui-se que a Saúde Coletiva, quando enraizada nas experiências concretas da atenção básica, possui potencial transformador, desde que sustentada por políticas públicas comprometidas com o cuidado ético e com a justiça social.