NAS TEIAS DA CIDADE: O ÚLTIMO CREPÚSCULO DA ESCOLA MILITAR DE PRAIA VERMELHA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-331Palavras-chave:
Escola militar, Revolta da Vacina, História militar, Cotidiano, PolíticaResumo
No presente trabalho estudamos a memória da Escola Militar da Praia Vermelha, tendo como horizonte a participação dos cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha, na Revolta da Vacina (1904) no Rio de Janeiro, em um momento de intensas transformações urbanas, políticas e sociais. Partindo de uma análise interdisciplinar, observamos como o espaço urbano carioca, sob a égide da Belle Époque, se configurou como palco de conflitos entre projetos de modernidade e reivindicações populares. A Escola Militar da Praia Vermelha, descrita por seus contemporâneos como um "tabernáculo da ciência", revela-se, nesse contexto, mais do que um estabelecimento de ensino: era um espaço de politização e sociabilidade juvenil, cujos vínculos internos favoreceram a insurgência contra o autoritarismo republicano. A partir da obra A Última Noite da Escola Militar da Praia Vermelha, de Lobato Filho, e das contribuições de autores como José Murilo de Carvalho, Michel de Certeau e Michel Foucault, refletimos sobre o cotidiano escolar como arena de disputas simbólicas e práticas. Ao reconstruir essa experiência histórica, discutimos como a formação militar se constituiu entre tensões institucionais e o engajamento político, culminando no fechamento da Escola e na reconfiguração do modelo educacional das Forças Armadas.