QUANDO O BRILHO DAS TELAS AFETA A ATENÇÃO: PERCEPÇÕES DOCENTES SOBRE TDAH E APRENDIZAGEM NA INFÂNCIA HIPERESTIMULADA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n5-184Palavras-chave:
TDAH infantil, Tecnologias digitais e aprendizagem, Hiperestimulação na infância, Afetividade e educação, Percepção docenteResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre os impactos do uso excessivo de telas digitais no desenvolvimento da atenção e do interesse pelo aprendizado escolar na primeira infância, com ênfase em crianças com sinais ou diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Com base em revisão bibliográfica e pesquisa de campo com 48 professores da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, o estudo evidencia uma preocupante associação entre a exposição prolongada às tecnologias digitais e o aumento de comportamentos relacionados à agitação, impulsividade, desatenção e dificuldade de concentração. Os resultados mostram que, em muitos casos, crianças com dificuldades escolares são precocemente rotuladas como portadoras de TDAH, sem que sejam consideradas as condições de vida, a imaturidade emocional ou o ambiente digital hiperestimulante em que estão inseridas. A análise destaca, ainda, os efeitos da hiperestimulação no cérebro em desenvolvimento, com atenção especial às funções da dopamina e do lobo frontal na autorregulação infantil. O artigo defende práticas educativas mais humanizadas, que valorizem o tempo desacelerado, o vínculo afetivo e a mediação consciente dos adultos. Ao final, propõe-se um pacto educativo entre escola e família, pautado no afeto, no diálogo e na corresponsabilidade pelo cuidado integral da infância.