OSTEORRADIONECROSE NOS MAXILARES: O CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E SEUS IMPACTOS NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Resumo

A osteorradionecrose (ORN) nos maxilares é considerada a mais grave das sequelas bucais decorrentes de tratamento radioterápico das neoplasias malignas da cabeça e pescoço. Nessa condição, o osso irradiado revela-se com baixa concentração de oxigênio e com um grande déficit de vascularização, levando a uma necrose óssea. Este estudo objetivou analisar o nível de conhecimento dos acadêmicos do Curso de Odontologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) do 5º ao 10º período sobre a ORN nos maxilares, a fim de fornecer subsídios que possam contribuir para melhorar a formação profissional em Odontologia, sendo interessante sobretudo aos graduandos que possuem pretensões de desempenhar suas funções em ambiente hospitalar. Foi realizada uma pesquisa epidemiológica descritiva, transversal e analítica, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário virtual com 13 questões fechadas e abertas referentes à identificação do período do curso, informações pessoais do participante, noções básicas de câncer bucal, tratamento, sequelas e a ORN. A coleta foi realizada durante quatro meses, e os dados analisados com estatística descritiva a partir do IBM SPSS. Das 98 respostas obtidas, aproximadamente 70% dos participantes se encontravam na etapa final da graduação, ou seja, entre o 9º e 10º período. Dos 98 acadêmicos participantes, 81,6% relataram conhecer o significado da ORN, sendo que 48,9% relataram ter conhecimento do tema através de aulas e seminários disponíveis na graduação. Cerca de 60,2% afirmaram que há tratamento para a ORN, porém 50% declararam não saber se haveria como preveni-la. 72,4% afirmaram possuir baixo conhecimento sobre o tema e 75,5% responderam que ele foi pouco explorado durante a graduação. A proporção de acadêmicos que conhecem a osteorradionecrose (81,6%) revela que a graduação aborda esta complicação, porém o baixo conhecimento dos estudantes sobre como tratá-la e como preveni-la revela uma falta de profundidade na abordagem, o que pode indicar que assuntos envolvendo a Odontologia hospitalar recebem pouca atenção durante o curso.