INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL EM DIÁLOGO COM A TEORIA DA ATIVIDADE: RELATOS DE EXPERIÊNCIA NUMA ORGANIZAÇÃO PRIVADA EM BELO HORIZONTE – MG

Resumo

Muitos têm sido os impasses, as contradições e desafios na prática profissional voltada aos sujeitos sociais nos espaços organizacionais. Assim, as práticas de pesquisa e intervenção para o desenvolvimento de pessoas dependem da reflexão e elaboração de estratégias que possibilitem ao sujeito a emergência de significados próprios e positivos em relação à sua atividade, proporcionando-lhe satisfação, motivação e autorrealização no trabalho, a fim de que se garantam os objetivos estratégicos da organização sem que se exclua a dimensão subjetiva do trabalhador. A proposta deste trabalho, portanto, é apresentar uma reflexão sobre a aplicação da intervenção psicossocial em diálogo com a teoria da atividade como  abordagem clínica para as relações de trabalho nas organizações, a fim de se desvendar contradições essenciais junto à maneira como se organiza o trabalho humano e possibilitar aos sujeitos sociais a emancipação e, consequentemente, a promoção da qualidade de vida no trabalho. A partir das experiências vivenciadas em uma empresa privada em Belo Horizonte-MG, buscaram-se argumentos que sustentem a ideia de que as atividades nas organizações se desenvolvem em meio a uma emaranhada trama de elementos que historicamente controlam e articulam discursos, racionalidades e subjetividades, etc., e que interferem na qualidade de trabalho e de vida dos funcionários, de forma contraditória e controversa aos discursos apregoados pelas ações de desenvolvimento. Parte-se do pressuposto que, a partir de estratégias orientadas pela intervenção psicossocial e pela perspectiva histórico-cultural que embasa a teoria da atividade, poder-se-á contribuir para a conscientização crítica do trabalho, (re)orientando os sujeitos sociais à emancipação e a seu empoderamento nas relações socio-organizacionais.