A MODERNIDADE COMO PROJETO MORAL PSICOPOLÍTICO: O CULTO AO DESENVOLVIMENTO COMO REDENÇÃO NO CAPITALISMO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-254Palavras-chave:
Modernidade, Psicopolítica, Crítica ao Desenvolvimento, MoralidadeResumo
A modernidade, com suas bases ontológicas e epistemológicas, buscou criar uma sólida sustentação moral para legitimar a acumulação primitiva de capital, transformando práticas antes condenáveis (usura, exploração, genocídio colonial) em virtudes necessárias ao "progresso". Ao analisar a transição da moralidade feudal — que condenava a acumulação — para a moralidade capitalista, o artigo demonstra como a modernidade operou uma inversão de valores, justificando a violência como etapa civilizatória. A partir de Marx, Weber e pensadores decoloniais, discute-se como a racionalidade moderna sacralizou o desenvolvimento, tornando-o um totem religioso (Benjamin) que redime a culpa pela exploração. A modernidade atuou no plano psicopolítico para sustentar a exploração capitalista, devendo ser compreendida, portanto, não apenas como um período histórico marcado por profundas transformações econômicas, políticas e sociais, mas por dispositivos psicopolíticos que permitiram moralizar práticas de espoliação, pauperização, de extermínio e até genocídios.