RECRIANDO (N)A TERRA EM MEIO A “VAZIOS” URBANOS: A IMPLANTAÇÃO DAS HORTAS COMUNITÁRIAS DA REGIÃO SUDESTE DE TERESINA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-174Keywords:
História, Trabalho, Hortas Comunitárias, Agricultura, Resistência socialAbstract
O presente artigo objetiva compreender as motivações para a implantação do projeto de hortas comunitárias no bairro Itararé, localizado na região Sudeste da capital Teresina, bem como as reverberações iniciais após o “lançamento do projeto” no ano de 1987, recorte desta pesquisa. As fontes utilizadas incluem documentos oficiais, jornais e entrevistas, na tentativa de alcançar uma visão mais ampla desse processo histórico. Teórica e metodologicamente, o artigo faz interlocução com as pesquisas de Verena Alberti (2005) e Paul Thompson (1998) sobre História Oral, e Michael Pollak (1989), com seus escritos e contribuição acerca da memória, além de dialogar com estudos que discutem a história do Conjunto Habitacional Dirceu Arcoverde, a partir da pesquisa de Cláudia Fontineles e Marcelo de Sousa Neto (2017), sobre cidade, com Henri Lefebvre (2001), relação campo-cidade, com Raymond Williams (1989) e a perspectiva de Edward Palmer Thompson (1998; 2002), sobre trabalho e experiência. Por fim, o estudo conclui que, apesar de a implantação das hortas ter inicialmente um foco comercial ou educacional, a descontinuidade da assistência por parte da prefeitura levou os horticultores a desenvolverem múltiplas estratégias de resistência para garantir a continuidade de seus trabalhos. Esse cenário impactou diretamente as suas trajetórias e influenciou o desenvolvimento do projeto.