EDUCAÇÃO QUE INTERROGA – O ATO DE LER COMO PRÁTICA LIBERTADORA E A CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO A PARTIR DA PERSPECTIVA DE PAULO FREIRE
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n4-014Keywords:
Leitura Crítica, Consciência, Educação Libertadora, AutonomiaAbstract
Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre o ato de ler como prática libertadora, a partir da perspectiva de Paulo Freire e de sua defesa por uma educação comprometida com a formação da consciência crítica. Porque, para Freire, ler não é apenas decodificar palavras, mas sim interpretar o mundo em sua complexidade e contradições. E é justamente nesse processo de leitura do mundo que se abre espaço para a autonomia, a escuta e a problematização da realidade. Ao longo da pesquisa, discutimos como a leitura crítica pode se tornar um caminho de emancipação para sujeitos historicamente silenciados. Pois é por meio do diálogo e da escuta ativa que a palavra ganha sentido político e transformador. Dito isso, indagamos: Como o ato de ler, na perspectiva de Paulo Freire, pode ser concebido como uma prática libertadora capaz de promover a construção da consciência crítica na formação do sujeito? Para isso, a centralidade teórica orbita sobre as obras de Freire (1967; 1974; 1979; 1985; 2000; 2011), dialogando com Piaget (1983), Faundez (1985), Vygotsky (1991; 2003; 2010), McLaren (1992; 1997; 2005), Cortella (1996; 2017), Gadotti (1996; 1998; 2018), Kohan (2005; 2020), hooks (2010; 2013), Giroux (2011; 2013; 2014; 2022), Romão (2008), Torres (2008), Gutiérrez (2008), Garcia (2008), Gramsci (1999; 2000; 2001), Bourdieu (s.d.), entre outros. A pesquisa é de cunho qualitativa a partir de Minayo (2007), descritiva e bibliográfica conforme Gil (2008) e utilizando a perspectiva analítica compreensiva de Weber (1984). Os achados da pesquisa revelaram que o ato de ler, sob a perspectiva freireana, é um exercício de desvelamento do mundo que possibilita ao sujeito reconhecer-se como agente histórico em contextos de opressão. A leitura crítica promove deslocamentos de consciência, rompe com a passividade e fortalece a autonomia intelectual. Verificou-se que, quando mediada de forma dialógica e problematizadora, a leitura pode gerar processos formativos emancipatórios. Assim, o texto deixa de ser apenas um objeto a ser decifrado para se tornar um território de disputa e transformação. A leitura, portanto, constitui-se como prática ética, política e pedagógica de libertação.