DESAFIOS NO ENSINO DA NEUROLOGIA: PERCEPÇÕES DE DOCENTES E DISCENTES DE UM CURSO MÉDICO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-285Palavras-chave:
Educação Médica, Neurologia, Ensino, Docentes, AlunoResumo
A neurologia é frequentemente considerada a especialidade médica mais desafiadora, contribuindo para um fenômeno conhecido como neurofobia, caracterizado pelo medo e insegurança de estudantes e médicos ao lidar com temas neurológicos. Este estudo qualitativo exploratório investigou as percepções de docentes e discentes de um curso médico brasileiro sobre o ensino da neurologia, com o objetivo de identificar desafios e propor estratégias de aprimoramento. A pesquisa foi realizada em um curso público com currículo modular em espiral. Utilizou grupos focais para coleta de dados, reunindo 16 participantes (10 discentes e seis docentes). Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram dificuldades relacionadas à integração entre teoria e prática, conteúdos condensados e a falta de exposição prática a pacientes neurológicos. Docentes relataram insegurança ao abordar conteúdos fora de sua especialização, enquanto discentes demonstraram baixa confiança na realização de exames neurológicos e no manejo de queixas neurológicas. A ausência de integração entre professores de neurociências e neurologia clínica também foi destacada como um fator prejudicial ao aprendizado. Como propostas de melhoria, emergiram a necessidade de maior exposição dos estudantes a casos clínicos (reais ou simulados), o uso de metodologias ativas e maior integração entre conteúdos básicos e clínicos. Este estudo aponta a relevância de estratégias educacionais direcionadas para minimizar a neurofobia e aprimorar o ensino da neurologia, contribuindo para a formação de médicos mais confiantes e capacitados. Estudos futuros poderão expandir essas abordagens para outras instituições e contextos.